Há 245 nomes na lista de candidatos aprovados, em Belém, na primeira fase do exame de Ordem. Mais uma vez, um número pequeno frente ao montante de inscritos.
A nota mais alta nesta primeira etapa foi 77.00, obtida por Heleni Castro Lavareda Correa, que foi nossa aluna (eu me refiro à instituição onde leciono; não falo de mim mesmo no plural, pois acho isso ridículo) e colou grau há 11 dias, em 29 de janeiro. A nota é muito boa e desde logo lhe dou os meus parabéns.
No entanto, preocupa-me o desempenho geral dos candidatos, na perspectiva do desejo que tenho de qualidade dos cursos de Direito. É que, desses 245 bachareis, apenas 9 tiveram notas de 70.00 em diante. Apenas 9 ou 3,67%. Dentre estes, mando um abraço também para Bianca Dias Ferreira Vinagre, formada também há 11 dias.
A maioria dos candidatos passou com notas próximas ao mínimo e uns tantos na casa dos 50 ou 51. Naturalmente, aqui não vai nenhuma crítica, até porque a sequência de postagens que já produzi sobre o exame de Ordem deixa claros dois posicionamentos meus: a minha absoluta concordância ao teste, como condição para o exercício da advocacia, e a minha contrariedade à forma como ele é realizado, inclusive pela má vontade e até mesmo arrogância com que a Ordem rejeita recursos, fazendo da questão um ato de autoridade, uma batalha de opinião, como tive a oportunidade de constatar pessoalmente várias vezes.
Espero que, superada a primeira fase, quando vale mais a memorização do que o conhecimento profundo e o senso crítico, os candidatos possam dar mostras, na prova prática, de que realmente estão aptos a advogar. E, em assim sendo, que a prova não se torne um obstáculo injusto à necessidade de tantas pessoas de tocar suas vidas adiante.
4 comentários:
Para alguns cursos,Direito e Medicina, acho que são os piores, sair deles é mais difícil que entrar.
Minha nora fez Medicina e foi muito mais concorrida a residência do que o próprio vestibular.
Passar na OAB também não parece ser muito fácil, né?
Não, Ana, o exame de Ordem não é nada simples. Mas não penso que sair da universidade seja pior do que entrar. Pelo contrário: considero que se formar é até bastante fácil. Pensava assim como acadêmico, numa universidade pública, entre os anos de 1992/1997, e continuo pensando da mesma forma hoje, como professor, numa instituição privada.
Aliás, pelo próprio teor do teu comentário, o desafio não é sair da faculdade, e sim dar prosseguimento à formação e se firmar no mercado de trabalho.
É exatamente isso que eu quis dizer, mas me expressei mal pra caramba.
Valeu a correção do meu comentário.
Apenas para constar:
A nota mais alta na 1ª fase do Exame 2009.3 não foi da candidata mencionada na postagem, mas sim do Alvaro Cajado de Aguiar (Marabá), tendo feito 87.00 pontos.
Aliás, em Belém, Gustavo Gonçalves da Silva também alcançou a surpreendente marca de 81.00 pontos.
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