A manhã de 29 de agosto de 2009 pareceu um produto da verve do grande Dias Gomes. Ao menos para os moradores do Conjunto Mendara, na Marambaia, que tiveram a oportunidade de se transportar, por algum tempo, para a mítica Sucupira, da célebre novela O bem amado.
Como mencionei na postagem anterior, ontem foi dia de inauguração de obras nababescas, contando com a presença dele — sim, dele mesmo, o grande, o maravilhoso, o insígne prefeito de Belém — numa decerto breve passagem por estas bandas!
O circo estava todo montado, com fotógrafos registrando a movimentação (aguarde a publicidade institucional, nos próximos dias), claque devidamente requisitada (seriam servidores comissionados, sempre vitimados nessas horas?) e até bandinha de música, tocando marchinhas alegres, para me dar a certeza de que eu fora transportado para uma outra dimensão!
Na primeira imagem, você vê o povo chegando e uma viatura da Guarda Municipal. Havia vários agentes de trânsito tentando disciplinar a iminente confusão.
Na segunda imagem, vê-se um pouco mais da aglomeração crescente, na rua em que, parece, começou o evento popular. Momentos depois de registrar a cena, deparei com o impoluto vereador Gervásio Morgado no meio do povo. Se não me engano, ele é o sujeito alto de camisa amarela, que aparece no meio da fotografia. Deve ter sido a primeira vez que ele andou por estes lados da cidade. Viu como era claque?
Como sempre nessas horas, não faltaram moradores bajulando o prefeito benfeitor — sabe-se lá com que motivação! Veja-se a espontaneidade do agradecimento:
Interessante como puderam pensar numa relação entre asfalto e saúde, justamente um dos pontos mais devastadores da atual administração municipal, o que é público, notório e judicial.
Nesta outra faixa, abaixo, o imbecil se expressa como se os moradores do Mendara nunca tivessem visto asfalto na vida. Na verdade, o conjunto é asfaltado há mais de vinte anos e, no ano passado, sofreu um recapeamento geral, do qual estava muito precisado, sem dúvida.
A fim de proteger minha família dos miasmas deletérios com essa gente carrega consigo, dei o pinote o mais rápido que pude. Quando voltei, um vigilante me disse que o nefasto esteve por lá, caminhando. Andou pelas ruas onde havia faixas de agradecimento. Mas não pela rua que estava com as lombadas sem pintura. Afinal, feitas literalmente na véspera, não deu tempo de pintar tudo. Um detalhe insignificante, claro.
Não sei se houve pão. Mas circo não faltou.
PS — Considerando o que me perguntou um comentarista, na postagem anterior, não posso afirmar com segurança se o sujeito que andou pelo Mendara era mesmo o nefasto ou apenas um sósia. Deus queira que tenha sido apenas um sósia!
7 comentários:
Estão dizendo por aí que tu convidaste o Dudu para um cafezinho na tua casa. Como não aceitou, foste embora, enraivecido.
rss... não me ralha...
É porque ele soube, Frederico, que no café tinha racumin...
Meu caro, sem foto e visualização pessoal, não acredito! rsrsrsrs
No meu santuário aquele crápula não bota os pés sob circunstância alguma, Fred! Nem para esses fins de utilidade pública. Além do mais, fazer na própria casa suscitaria suspeitas.
Eu usaria substâncias mais sofisticadas, Francisco. Mais difíceis de descobrir na perícia necroscópica.
E para que diabos, Lafa, tu irias querer te avistar pessoalmente com esse exu?!
Ver pra crer, Yúdice...
...o cidadão está sumido!
Yúdice,
Confira a minha cobertura desse megaevento (http://belenambulo.blogspot.com/2009/08/eu-vi-o-prefeito-ele-existe.html)
Abraço e valeu pela dica, foi muito divertido!
Lafa, bom seria se ele sumisse de vez! E levasse toda a canalha junto.
Já fui lá, Wagner. Só lamento que ninguém se animou a jogar uns ovos podres no sujeito. Deve ser porque não estamos em período eleitoral e, com isso, os ânimos arrefecem.
Enfim, acho incrível como pudeste te divertir com isso...
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