domingo, 7 de março de 2010

Preciosa, mesmo?


A jovem que você vê na foto é Gabourey Sidibe, que no próximo dia 6 de maio completará 27 anos. Oriunda do Brooklyn, Nova Iorque, a atriz que está absolutamente na contramão do ideal de beleza do Ocidente, e ainda mais da indústria cinematográfica, encontra-se presentemente em evidência por conta do filme Preciosa Uma história de esperança (detesto sub-títulos!), um dos indicados ao Oscar de melhor filme deste ano. Neste exato momento, ela participa da cerimônia de premiação, ao lado de algumas das beldades mais cobiçadas do mundo. A foto, por sinal, foi tirada agora há pouco, em sua chegada, quando passava pelo tapete vermelho.
Em uma conversa com amigos esta noite, perguntei se, apagados os holofotes do Oscar 2010, a moça ainda conseguirá algum papel em Hollywood.
Meu irmão recordou o caso de Marlee Matlin, atriz surda que protagonizou o drama Os filhos do silêncio (Children of a lesser God, dirigido por Randa Raynes, 1986) e que, mesmo laureada com o Oscar de melhor atriz, desapareceu da mídia. Também podemos lembrar o caso mais recente das crianças que participaram de Quem quer ser um milionário?, que permanecem na miséria na Índia, morando em favelas, em situação de risco, com promessas mal cumpridas dos produtores do filme.
Uma coisa podemos elogiar nos produtores brasileiros: depois de explorar o talento de jovens atores em seus filmes, oportunizam-lhes uma vida melhor. Foi o que aconteceu com a paraense Eunice Baía (a eterna índia Tainá) e com meninos que participaram de Cidade de Deus, embora quanto a este filme haja controvérsias.
Minha opinião? Ela cairá no ostracismo, a menos que surja algum outro filme com temática específica. Hollywood não é nenhum pouco justa ou humana. Crítica, aliás, que poderia ser estendida aos Estados Unidos como um todo.

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Porém, não esqueçamos do "Pixote", que depois do filme que foi um grande sucesso, fez até novela na maior televisão do país e como foi seu fim???

Yúdice Andrade disse...

Boa lembrança, Ana. Contudo, "Pixote" é um filme de 1981, realizado numa conjuntura completamente diversa. Veja desde o cartaz do filme, que mostra o protagonista nu - coisa impensável hoje em dia, por força de lei. Além disso, o filme também mostrava cenas de sexo do menino. Sobre cenas de sexo com pré-adolescentes, a Xuxa também entende.
Não me admira, portanto, que Fernando Ramos da Silva tenha permanecido nas sombras até encontrar seu fim, à bala. Os exemplos brasileiros que citei são mais recentes, na suposição de que espelham uma outra realidade; na esperança de que, hoje, no Brasil, esse abandono não voltaria a acontecer.
Quem sabe?