segunda-feira, 8 de março de 2010

Senhoras e senhoras

Dia Internacional da Mulher, uma das poucas datas do calendário anual de homenagens que possui um fundo histórico relevante, em vez de ser apenas uma oportunidade criada pelo mercado para favorecer o comércio. Ao invés de palavras melífluas sobre mulheres isso, mulheres aquilo, farei uma homenagem diferente.
Atendendo a um convite da Secretaria Municipal de Educação, o CESUPA (para os de longe, é a instituição onde leciono) indicou-me para proferir uma palestra sobre a "Lei Maria da Penha", em uma escola municipal do bairro do Tapanã. Esta tarde, portanto, irei falar às mulheres e notadamente as muito jovens sobre seus direitos em âmbito familiar e doméstico, sobre como se defender e a quem recorrer em caso de violência. Algo que muito me agrada, porque se trata de um público carente, não apenas de dinheiro, mas sobretudo de acesso à informação e ao respeito do poder público.
Quem sabe alguma das minhas ouvintes não interiorize alguma coisa, de verdade, e renuncie ou não se ponha numa situação de submissão e abuso? Se ocorrer com uma única, será o suficiente para tornar esse dia um marco, mesmo que eu jamais venha a saber disso.
Um abraço festivo, senhoras.

5 comentários:

Carla Miranda disse...

E para as senhoritas, nada?

Carla Miranda

Yúdice Andrade disse...

Prezada Carla, como "senhorita" hoje em dia soa muito artificial, costumo atribuir às mulheres o tratamento respeitoso de "senhoras", independentemente da idade que tenham. Essa medida, aliás, está embasada no feminismo. Na época áurea desse movimento, as feministas execraram o termo "senhorita", porque o associavam a "mulherzinha", o que faz sentido em idiomas como o alemão ("Mädchen" - o sufixo "chen" indica especificamente diminutivo). Chamou de senhorita, ofendeu.
Portanto, minha querida, não se sinta desprestigiada. Sei que mulheres jovens se incomodam de ser chamadas de senhoras, por causa de problemas em parecer velhas, o que é uma bobagem.
Em suma, você foi homenageada também. Um abraço enorme.

Tanto disse...

Yudice, esse sim é um belo presente às mulheres, informação.

Frederico Guerreiro disse...

Viva a mulher!!!

Ana Miranda disse...

Eu acho discriminativo esse lance de dia das mulheres.
Sociedade perfeita para mim, seria aquela em que não houvesse, de verdade, distinção entre seus habitantes.
Sejam, eles homens, mulheres, negros, amarelos, brancos, religiosos, ateus, heterosexuais, homosexuais, etc...
Sociedade perfeita seria aquela em que todos fossem respeitados como PESSOAS.