sexta-feira, 4 de junho de 2010

Academia à brasileira

Estou no centro universitário no qual leciono. Há pouco, entrei no elevador onde já estavam três alunas que desconheço. Segue-se o que escutei, contextualizando que hoje é uma sexta-feira imprensada pelo feriado de ontem.
— Todas as faculdades de Belém estão sem aula. E nós vamos ter que fazer prova! — reclama uma.
— Um absurdo! — arremata outra.
Ergo meus olhos para o alto, clamando aos céus. Um detalhe: acabara de aplicar uma prova e estava a caminho de começar outra.
— Tomara que, pelo menos, a gente se livre antes da copa — torna uma delas. — Quando é, mesmo? Dia 11?
Pensei no enorme interesse que a acadêmica tem de estar livre antes que os jogos da copa comecem. Ela parece tão envolvida com isso que sequer sabe a data de abertura da competição. Talvez fosse interessante medir o conhecimento dela na área perguntando os nomes de alguns jogadores importantes, por seleção, mas além de que não valia a pena, eu jamais saberia se as respostas estariam corretas. Acima de tudo, saber dizer os nomes dos jogadores de um time ou de uma seleção sempre foi interpretado, por mim, como uma prova de que a teoria de que a evolução é uma constante está errada.
Por mais que me esforce, não consigo compreender a falta de prioridades da juventude e a sua incansável busca por... Pelo quê, mesmo?

11 comentários:

Ana Miranda disse...

Eh...eh...eh...
Uai, sô, é por isso aí mesmo, Yúdice.
Hoje eu estava passando o endereço do seu blog a uma amiga e ela me perguntou o que significava "yudicerandol", aí eu disse que seu nome é Yúdice e ela perguntou-me de onde sua mãe tirou seu nome. Eu não soube responder e passo a pergunta a você: De onde? Realmente, você é o único Yúdice que eu "conheço".

Anônimo disse...

Professor, sou aluno do 1° semestre do curso de direito no referido centro universitário, mas felizmente para mim sou mais interessado que essas alunas.
Ouvi falar muito bem do senhor e gostaria de saber se o senhor lecionará Direito penal I para as turmas do 2° período no 2° semestre letivo.
Agradecido

Yúdice Andrade disse...

Agradeço a indicação, Ana. Sempre gentil por demais comigo.
Quanto à origem do meu nome, ela nunca foi exatamente esclarecida. O que posso afirmar é que minha mãe nasceu numa cidade do Pará chamada Óbidos e lá existe, até hoje, uma família de origem italiana chamada Iúdice (com "i", mesmo). É o patronímico (mais conhecido como sobrenome) deles. Provavelmente ela achou o nome bonito e, como boa cabôca, quis botar um nome estrangeiro e difícil no bacorinho, o que já fizera com o primogênito. Aí eu me lasquei e virei Yúdice, com pissilone, que é mais chique!

Das 22h32, agradeço suas animadoras palavras. Espero corresponder à boa avaliação que lhe informaram.
Quanto a sua pergunta, considerando o rodízio de disciplinas, solicitei à coordenação que me desse duas turmas de Penal I no próximo semestre. Disseram que me atenderiam, mas como ainda não recebi o meu horário, realmente não tenho certeza.
Caso o meu pedido seja atendido plenamente, essas minhas turmas serão no turno da noite.
Você não disse seu nome. Se nos encontrarmos no corredor, por favor se apresente. Um abraço.

Anônimo disse...

Sou do turno da tarde. O professor Adriano Bastos fala muito bem do senhor(inclusive descobri o blog através da indicação dele). Quem sabe o pessoal da coordenação não atende apenas parcialmente o seu pedido e o senhor vai dar lecionar para a minha turma?
Aproveito essa oportunidade e lhe peço uma indicação de livro para Penal I. Muitos já ouvi falar sobre a qualidade das obras de Rogerio Greco e Cleber Masson, qual a sua opinião sobre as referidas obras?

Anônimo disse...

Nossa, estou assustada até agora!
E ainda mais por um detalhe importantíssimo, elas não reconheceram o Yúdice Randol no elevedor? Que abusadas!
Enfim, não gosto tanto assim de futebol pra esperar "ansiosamente" pela copa, mas acabei criando uma certa intimidade com a instituição, pra ficar lá, se precisar, o dia inteiro.

Peço desculpas, em nome do corpo discente, pelas alunas.

Anônimo disse...

É! Pelo jeito ou vc nunca foi um estudante universitário ou era um daqueles "pela-saco" CDF.

Yúdice Andrade disse...

Acadêmico anônimo, O Adriano é um amigo. É necessário dar um desconto para as gentilezas que ele me dedica.
O livro do Rogério Greco é um dos que mais recomendo. O do Cleber Masson nunca analisei detidamente. Eu o conheci através de um artigo excelente, que usei como texto-base há alguns semestres. Ele me causou uma ótima impressão, mas um manual é outra história.
Vou avaliar e posso te dar uma impressão outra hora.

Relaxa, Waldréa. Em primeiro lugar, ninguém é obrigado a me conhecer. E mesmo que soubessem quem sou, elas com certeza não viram nada de mais na conversa. O errado sou eu, como se pode perceber pela crítica do anônimo das 21h17.

Aliás, anônimo das 21h17, você matou a questão: eu jamais fui estudante universitário! Comprei o meu diploma na mesma univercidade (assim mesmo, com "c") que um certo prefeito e certos empresários por aí.
É por isso que não sei a importância de... De quê, mesmo?

Ana Miranda disse...

Yúdice, você não recomenda o doutor Paulo Nader? Ele é daqui de Juiz de Fora e entrou para a Academia Brasileira de Letras Jurídicas em 2008.

Ana Miranda disse...

Eh...eh...eh...
Esqueci de agradecer aos esclarecimentos dado por você quanto ao seu nome. "Me lasquei" é ótimo.
O Bem chama-se Petronilho, por isso eu e todos os nossos amigos, sejam eles ou elas, o chamam somente de Bem.

Anônimo disse...

Pois é.

E a Estácio de Sá participações (vulgo Instituição de Esnino), foi capaz de anular uma prova feita com UM DIA de ANTECEDÊNCIA por um professor, COM A ANUÊNCIA dos alunos, por questões de logísticas, sob o argumento de que as provas deveriam ser realizadas na semana de provas estipulada para TODO o BRASIL.

No entanto, flexibilizaram tal norma em virtude dos jogos do Brasil na Copa.

Eu como sabes, sou apaixonado pelo futebol, no entanto, achei um absurdo fazer tal flexibilização por uma questão tão mesquinha e não por outra notoriamente mais importante.

Mas é isso ai.

Abraços

Jean Pablo

PS: Aguardando ansiosamente vocês por aqui.

Yúdice Andrade disse...

Paulo Nader não é da minha área, Ana. Ele possuía, nos meus anos de acadêmico-estudante, uma conhecida obra de Introdução ao Estudo do Direito, mas nem todo mundo gostava. Confesso que nunca a utilizei.
Passados todos esses anos sem ler nada dele, não tenho como avaliar.
Quanto a eu ter me lascado, só eu sei! Um abraço no Petronilho.

Fosse eu esse professor, Jean, provavelmente estaria morto agora, fulminado por um infarto de 7 graus na escala Richter!
Também não vejo a hora de estar na minha segunda cidade!