A edição de hoje do jornal Público, distribuído gratuitamente na cidade, estampa como principal manchete "DINHEIRO VIRA ADUBO NO PARÁ".
Escaldado com tantos escândalos de corrupção e ciente de que estamos em ano eleitoral, pensei logo que se tratava de alguma safadeza. Mas, na verdade, a matéria é sobre um projeto de reciclagem, que transforma cédulas em adubo orgânico mais barato para os pequenos produtores. Trata-se de um convênio de cooperação técnica e financeira entre o Banco Central, o governo do Pará e a Universidade Federal Rural da Amazônia.
A matéria, não assinada, explica o seguinte:
A idéia é usar as 11 toneladas de papel moeda retiradas de circulação, na região Norte, que são triturados todos os meses em Belém, para a produção de 10 toneladas de adubo orgânico que serão distribuídas para 20 pequenos produtores da Região Metropolitana. O Banco Central, que tritura 1 milhão e meio de quilos de papel moeda por ano, pretende usar o projeto piloto que será implantado em Belém como modelo para todas as suas regionais no país.
O projeto foi desenvolvido e será coordenado pelo professor Carlos Augusto Cordeiro Costa, da Ufra, que comprovou a eficácia do uso do papel moeda na produção do adubo. Segundo ele, o uso do composto orgânico, que tem 20% de papel moeda triturado em sua composição, é mais saudável para a população do que os adubos químicos que provocam intoxicações. Além do reaproveitamento das cédulas, que eram descartadas, como fonte de matéria orgânica, que pode se transformar num recurso simples e barato, diminuindo os gastos com adubos e insumos para o pequeno produtor.
Uma ótima notícia, sem dúvida. O custo de produção do dinheiro é muito elevado e, pelos péssimos hábitos do brasileiro, as cédulas se estragam rapidamente. Um desperdício absurdo, de que a grande maioria das pessoas simplesmente não toma conhecimento. Com este projeto, pelo menos se reduzem os danos e se cria uma nova oportunidade de crescimento para o pequeno produtor.
2 comentários:
Nossa, muito bem bolado! E quanto àquele outro projeto de troca das cédulas antigas pelas novas – com marcas táteis e tamanhos distintos para comportar os padrões da portabilidade –, se este projeto vingar com certeza será de grande valia para o meio ambiente em geral.
Alexandre
Incrível, se as pessoas não cuidam bem do dinheiro, coisa que a maioria dos seres valoriza mais do que tudo, imagine do resto...
Excelente notícia essa.
Durante o horário eleitoral ouviremos muita mer**, seria um ótimo material para adubo também, né não?
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