segunda-feira, 26 de julho de 2010

Primeiras impressões do mundo gaúcho

Talvez vocês já tenham percebido que eu elogio demais Santa Catarina e o seu povo. Jamais faria isso como expressão de um complexo de inferioridade, como se os paraenses estivessem em um degrau de desenvolvimento abaixo do dos catarinenses. Eu não penso assim. Trata-se, apenas, de reconhecer o que merece ser elogiado. E isso fica claro quando você cruza a fronteira entre os dois Estados mais meridionais do Brasil. Quando isso se deu, exatamente, não foi possível saber, porque simplesmente não existe placa ou qualquer outro indicativo da fronteira.
Esta é a primeira constatação que fazemos quando ingressamos no Rio Grande do Sul por via rodoviária: o zelo com a sinalização se desvanece. Rodamos muitos quilômetros sem nenhuma indicação geográfica, confiando apenas no fato de que permanecíamos na BR-101. Isso nos custou perder o acesso para a chamada "Rota do Sol", nome pomposo que não faz jus ao que é oferecido ao viajante. A única placa indicativa fica imediatamente antes da estrada e por isso rodamos cerca de oito quilômetros até confirmarmos o erro, sendo forçados a retornar.
Uma vez na rodovia estadual, usufruímos do deslumbrante cenário natural. As serras e a vegetação são lindíssimas. Mas a estrada exige cuidados. Ao fazer uma curva, topei com um túnel nigérrimo, porque sem nenhuma iluminação. Nenhuma! E isso num trajeto circular que nos dá a impressão de que estamos girando 360º. É bem ruim. Para completar, há uma ligação com o túnel de retorno que, por uma fração de segundo, passa a absurda impressão de que existe uma bifurcação dentro do túnel. E tudo isso sem sinalização. Perigosíssimo e irresponsável.
Ao longo de toda a "Rota do Sol", há inúmeras placas informando sobre "áreas críticas para poluição" e sobre travessia de animais pela pista ou por passagens subterrâneas. Sucedem-se acessos a pequenos Municípios que eu me pergunto se deviam mesmo ter-se emancipado.
Saindo da "Rota do Sol" rumo a Canela, entramos numa outra rodovia estadual em péssimas condições. Não tétricas, como as estradas do Maranhão pelas quais dirigi em 2001, chegando bem perto de capotar. Mas bem ruins. E isso pagando escorchantes R$ 6,80 de pedágio! Sim, o poder público gaúcho já está cobrando para trafegarmos por estradas que ameaçam as nossas vidas.
A certa altura, tendo que frear constantemente por causa do leito carroçável degradado, lembrei-me que Yeda Crusius foi apontada como a pior governadora do Brasil, com índices de rejeição superiores aos de nossa Ana Júlia. De repente, comecei a entender os motivos. Aliás, as mulheres precisam acender o sinal vermelho, porque o Brasil possui três governadoras: Yeda Crusius, Ana Júlia Carepa e Roseana Sarney. Preciso complementar?
Enfim, chegamos vivos. Modéstia à parte, agradeça ao motorista...

2 comentários:

Anônimo disse...

Boas dicas, Yúdice. Tenho muita vontade de conhecer estes lados. Uma só vez tive a oportunidade de conhecer Curitiba. Já achei bárbaro, tanto pela limpeza quanto pela beleza dos lugares. As pessoas com que tive contato também foram maravilhosamente educadas e acolhedoras. Acho que você não é o único que elogia o Sul :)

Abraços,
Alexandre

Ana Miranda disse...

"Enfim, chegamos vivos. Modéstia à parte, agradeça ao motorista..."
Eh...eh...eh...
E eu me achando modeeeeeeeeeeeeesta...