Cientistas do Museu Goeldi, em parceria com a CI-Brasil (Conservação Internacional), encontraram (sic) um grande número de espécies de plantas, peixes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios na Estação Ecológica Grão Pará. É a maior unidade de proteção integral em florestas tropicais do mundo, com 4,2 milhões de hectares. O tesouto descoberto demonstra a diversificada história natural da Calha Norte do rio Amazonas, que é a porção mais preservada do Pará. As espécies são de grande interesse para a indústria, a pesquisa científica e a conservação ambiental. São mais de 140 espécies diferentes de peixes. Também foram registradas 62 espécies de anfíbios e 68 de répteis, com possíveis novas espécies. Dentre as descobertas, estão os sapos coloridos da família Dendrobatidae, geralmente utilizados como animais de terrários na Europa, nos EUA e no Japão.
A nota acima, publicada na coluna do jornalista Mauro Bonna hoje, pode ser confirmada na página do Museu Paraense Emílio Goeldi, com maiores detalhamentos.
É mais uma prova da exuberância da Amazônia. Pena que a nota coloque o grande interesse da indústria à frente da pesquisa científica e, por último, o da conservação ambiental. A ordem deveria ser invertida, sob pena de aquela região deixar de ser "a porção mais preservada do Pará".
Sei que é difícil, mas tomara que as prioridades corretas sejam seguidas nesse caso. E mais uma vez nossos parabéns ao Emílio Goeldi, que tanto orgulho nos proporciona.
2 comentários:
Que maravilha, Yúdice. Provavelmente devem existir mais lugares assim no Brasil, que é mundialmente incomparável nesse aspecto.
Pena que, como você falou, eles invertem a ordem das importâncias, colocando a preservação sempre em último. Ou seja, em palavras claras, se a indústria e a pesquisa científica não encontrarem coisas muito interessantes para seus bicos, haverá preservação; caso contrário, não.
Torçamos para que sejam sensatos os avaliadores.
Alexandre
Eu não tenho medo da pesquisa científica, Alexandre. Pelo contrário, porque em alguns casos ela é que garante a preservação. Ou pelo menos minimiza riscos. Além do mais, a simples existência dessas espécies já justifica a existência da pesquisa. O problema é o que a indústria considera interessante. Porque aí tudo pode ir pelos ares. Mesmo o turismo ecológico pode ser extremamente predatório, a começar pelo lixo que turistas ordinários deixam para trás.
Fernando de Noronha se sustenta porque há restrições de acesso, inclusive econômicas, e muita fiscalização.
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