quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Meus rumos na música brasileira

Não me lembro quanto tempo fazia que eu não comprava um CD. Antes, eu era um consumidor desse produto, mas com o tempo fui parando. Já faz um tempo que só escuto os discos que copiei para formatos digitais (copiei discos que já havia comprado, ok?), enquanto dirijo. Perdi completamente o hábito, inclusive por falta de tempo, de ficar à toa, só ouvindo música. Mas sinto falta e já andava cansado do repertório repetitivo. No último sábado, comprei dois CD, ambos às cegas.
Zeca Baleiro (44) é um dos meus cantores favoritos. Aprecio, sobretudo, o seu talento como compositor. Belíssimos versos da música brasileira contemporânea saíram de sua pena e podem ser encontrados, p. ex., em seu melhor trabalho, Líricas (do qual recomendo, sobretudo, "Brigitte Bardot"). Mas ou eu mudei (e fiquei mais chato, talvez) ou o maranhense de Arari anda há bastante tempo numa fase nebulosa, no mínimo controversa, de sua capacidade criativa.
Quando gosto de um cantor, compro o CD só de saber de sua existência, sem me dar ao trabalho de me informar a respeito previamente. Fiz muito isso com Marisa Monte, até ela me encher o saco de vez. E Zeca Baleiro encheu meu saco de vez. Comprei seus trabalhos anteriores, O coração do homem bomba, em dois volumes, e achei muito, muito chatos, opinião compartilhada por parentes que gostam do cara tanto quanto eu. Seu último lançamento, Concerto, justamente o que comprei no sábado, se pretende um trabalho autoral, uma obra caprichosamente gravada ao vivo, mas que me deu um sono danado. Tentei gostar, juro, mas achei um tédio total. Duas faixas ensaiam ser mais palatáveis, mas não salvam o conjunto. Vou parar e escutar de novo, com mais calma, mas não sei se a opinião mudará.
Felizmente, o segundo CD comprado valeu a pena.
Há algum tempo vinha escutando elogios sobre Roberta Sá, mas como não ouço rádio e só assisto na TV uma progração restrita e direcionada, desconhecia totalmente o seu trabalho. Sabia apenas que se tratava de um novo nome do samba. Dia desses, escutei a canção "Laranjeira" pela primeira vez, gostei e, quando me deparei com o CD Que belo estranho dia para se ter alegria, passei a mão.
A primeira impressão que se tem ao escutar a potiguar de 30 anos é de encantamento com sua belíssima voz, obviamente treinada a sério ao longo do tempo. Uma voz comovente, arrebatadora mesmo. Confesso até um certo constrangimento em saber, somente agora, que o primeiro disco da moça (Sambas e bossas) foi lançado em 2004. Azar o meu que demorei a conhecê-la. Mas seu CD passou dois dias no tocador do carro e agora vou atrás dos outros.
Se gostar da boa música brasileira, confira.

3 comentários:

Ana Miranda disse...

A Carol, minha filha, é fã da Roberta Sá.
Eu confesso que nunca a ouvi.
Zeca Baleiro eu gosto.

Maíra Barros de Souza disse...

Professor, aprecio muito seu gosto musical, de modo que também adoro Roberta Sá. Recomendo Ana Cañas, eu particularmente adoro a música dela, vale a pena dar uma conferida.
Abraços.

Yúdice Andrade disse...

Estás perdendo tempo, Ana: pega o CD dela e aproveita!

Grato pela dica, Maíra. Procurarei conhecer Ana Cañas.