sábado, 11 de novembro de 2006

Até no apagar das luzes

Paulo Chaves, ainda secretário de cultura do Estado, quase uma unanimidade de tanto que é odiado por gregos, troianos e adjacentes, como é óbvio, está inconformado com a perda da atividade que desempenhou por 12 anos. Segundo noticia o Seventy de hoje, em evento no Teatro da Paz quinta-feira última, recorreu ao poema "Certeza", de Fernando Pessoa:

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

O ponto nevrálgico, para ele, é não poder prosseguir. Não lhe interessa que uma mudança de mentalidade sobre políticas culturais (?) seja sempre saudável. Não lhe é concebível que uma outra visão de mundo ou da cidade, que não a sua, seja possível. Sua arrogância notória lhe impede. Mas tudo bem: rei morto, rei posto. É o que conta.
Torço para que seja verdade que venha Márcio Meira. Ao invés de políticas para prédios suntuosos, talvez tenhamos, enfim, políticas para seres humanos-artistas. E é disso que precisamos.

3 comentários:

Anônimo disse...

"A certeza de que estamos sempre começando...". Desejo que ao menos está frase signifique, analisando todo o contexto - quem pronunciou, aonde e quando - que é hora de repensar atitudes, ter humildade para pedir desculpa e esforçar-se para tentar, mesmo que seja impossível, voltar atrás nas ações.

Abs!!!

Luciane.

Obs: Yúdice, estou me viciando cada vez mais no teu blog, mas, como diz aquela música, sobre a postagem anterior, "ainda espero respostas...".

Anônimo disse...

Democracia é importante até na dança! E se aquele que diz ter a experiência de 12 anos a frente da secretaria de cultura, e por isso estar mais preparado para realizar trabalhos exemplares, é o primeiro a esquecer da tão famosa e quase ilusória democracia, o que será de nós pobres paraenses a merce destes experts, ou melhor, espertos? Sou completamente de acordo com as manifestações deste texto. E que sirva pra iluminar o olhar de quem se entregou ao apagar as luzes.

Citadino Kane disse...

Yúdice,
Rei posto, rei morto...