quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Mais uma jovem mãe, agora mais ponderada

Uma recém-nascida foi abandonada pela mãe em uma maternidade em Campos Gerais (300 km de Belo Horizonte). Com a menina, a mãe deixou um bilhete pedindo que o bebê seja tratado com carinho.
Segundo a Polícia Civil, a chefia da enfermagem da maternidade percebeu o abandono no domingo (29), quando encontrou a menina no berçário com um bilhete da mãe, que deixou o hospital sem ser notada. A criança nasceu no sábado (28).
O delegado Mauro Nogueira de Paula, 45, disse que, no bilhete, a mulher - que tem 29 anos - escreveu que deixou a criança porque já tem dois filhos pequenos e não tem condições de criar a menina. O nome da mãe não foi divulgado.
"A ocorrência foi registrada como abandono de incapaz. Mas nesse caso essa natureza criminal não se aplica porque o bebê não corria risco de vida", informou o delegado, que ainda não localizou a mãe da criança.
Segundo o delegado, no bilhete a mãe diz que mora com seu pai, que não aprova mais uma criança em casa.
A criança está com o Conselho Tutelar do município que providencia a guarda provisória da menina. Segundo o delegado, a criança nasceu saudável.

Merece elogios o delegado que, ao invés de prometer os horrores do inferno para a moça, percebeu que não se pode caracterizar crime no caso, já que a mãe, evidentemente, não quis e nem criou as condições para que o bebê corresse perigo de qualquer espécie.
É o mundo, animal. As pessoas, por motivos econômicos, acabam tendo condutas que sugerem uma secura na alma, mas quem saberá o sofrimento que pode haver por trás delas? Julgar, quem há de?
Ontem escrevi que deu a louca nas mães jovens, que andam largando filhos em carros ou os matando com cocaína. Esta notícia da Folha, de hoje, mostra um terceiro caso, mas desta feita a criatura teve um mínimo de sentimento materno e deixou o bebê em local onde, sabia, ele não correria riscos. Seu bilhete mostra afeto e me faz pensar se não foi um momento muito penoso para ela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre me é muito difícil entender que as pessoas ainda não tenham bom senso nos atos de suas vidas. Talvez porque eu mesmo não tenham esse negócio aí! No entanto, fico pensando na miséria que é a vida de alguém que no terceiro tropeço, ainda não conseguiu alinhar sua vida. E de que dores sofre essa moça vivendo com um pai que deve ter dito algo como: tu podes voltar, se voltares sozinha! Deixar essa criança deve ter sido realmente muito penoso, mas um teto sobre a cabeça e um prato de comida ainda valem mais que amor e afeto, não?!
Como não sou partidário de radicalismos, como esterelizações e outras práticas descabidas, peço de joelhos que alguém por favor, nos dê educação e serenidade.
Do contrário, tá difícil!!!