A imprensa noticia hoje que, no próximo dia 20 de maio, a abertura de encontro nacional promovido pelo Ministério da Saúde, em Belém, será marcada por mil mães amamentando seus filhos, às margens da Baía do Guajará, na Estação das Docas.
O ministério lembra que, em sua última pesquisa decenal, datada de 1999, Belém apareceu como a cidade brasileira com o maior número de crianças alimentadas exclusivamente com leite materno, nos seis primeiros meses de vida. Um título louvável, apesar de o índice ser de 23%, somente, que se quer aumentar para 50% em 2009 — ainda assim abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde.
Acredito que as pessoas, hoje em dia, já entenderam a importância do aleitamento materno. Devem ser minoria as mulheres que rejeitam a amamentação, sabe-se lá por quais motivos. Ainda assim, o problema está na compreensão de que o leite materno é o único alimento de que o bebê necessita em seu primeiro semestre de vida. Por estas bandas, o senso comum continua sustentando antigos mitos, tais como "leite ralo" ou que a criança continua com fome e precisa de algo com mais "sustança", daí a complementação com os mais variados tipos de produtos, desde os leites industrializados até a nossa famosa farinha de carimã.
As receitas populares podem ser úteis, mas a partir do segundo semestre do bebê ou em casos especiais, devidamente assistidos por pediatra.
Aguardarei o festival da amamentação. Mas minha esposa ainda não poderá oferecer-se para participar. No dia 20 de maio, ela ainda não terá completado o oitavo mês de gestação.
Um comentário:
Vale lembrar que um motivo muito forte para a desistência da amamentação exclusiva é a dor e rachaduras nos seios. A maioria das mulheres não sabe o quanto dói (arrisco dizer que eu não sei) e algumas não sabem nem se dói, por ter uma visão romântica do ato de amamentar. Todas as mulheres com as quais conversei que amamentaram recentemente disseram que quiseram desistir, porque não é fácil segurar a dor. Uma delas disse que amamentava chorando, e o pai do bebê achou que ela estava com depressão pós-parto, mas ela chorava de dor. É preciso um preparo muito grande e muita força de vontade para ultrapassar o primeiro mês de amamentação. Mas vale a pena, até porque, essas mesmas mães relataram que hoje, passados alguns meses, amamentar é só prazer. Mais uma "dor esquecida".
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