quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Morreu Zilda Arns

Morreu hoje Zilda Arns Neumann, vítima do terremoto de 7 graus de magnitude que abalou o Haiti. Ela estava em Porto Príncipe participando de uma missão humanitária naquele que é um dos países mais pobres do mundo. No momento do abalo sísmico, caminhava pelas ruas em companhia de um sargento do Exército, tendo sido atingida pelos escombros de prédios. Onze militares brasileiros também morreram na tragédia.
Nascida em Santa Catarina em 25.8.1934, no que hoje é o Município de Forquilinha (criado 55 anos após o seu nascimento), formou-se em Medicina e abraçou a pediatria e a saúde pública, daí ser também conhecida como sanitarista. Religiosa (irmã do famoso cardeal Dom Paulo Evaristo Arns), foi uma das fundadoras das Pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Combatia a miséria, a desnutrição, a mortalidade infantil e a violência contra crianças. Criou uma metodologia de trabalho inspirada no milagre bíblico da multiplicação dos pães e peixes, que implementava promovendo a educação e a solidariedade entre as pessoas em situação de risco social.
Célebre por seu ativismo em prol dos necessitados, recebeu por si mesma e fez a Pastoral da Criança receber inúmeros prêmios e títulos. Foi proclamada "Heroina da Saúde Pública das Américas" pela Organização Panamericana das Américas (2002) e diversos outros títulos nacionais e internacionais. Foi indicada ao Nobel da Paz em 2006, ano em que o vencedor foi o professor universitário bengalês Muhammad Yunus que, através do Banco Grameen, por si fundado, promovia o desenvolvimento econômico em Bangladesh por meio de uma política de concessão de microcrédito.
Não admira que sua morte espelhe a grandeza de sua vida. Zilda Arns se vai e deixa um exemplo difícil de ser seguido. Mas que deveria inspirar a todos.


Fontes:
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Zilda_Arns
- http://www.e-biografias.net/biografias/zilda_arns.php
- http://www.estadao.com.br/noticias/geral,zilda-arns-esta-entre-as-vitimas-do-terremoto-do-haiti,494908,0.htm
- http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1445145-5602,00.html
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6 comentários:

Ana Miranda disse...

O meu ateísmo não me impede de reconhecer uma das melhores coisas da igreja católica: A Pastoral da Criança.
E a dona Zilda Arns é a cara da Pastoral. Uma grande perda.
Que tristeza essas notícias que nos chegam do Haiti. Um povo que já vivia tão sem estrutura. Como se recupera o que já não se tinha, mas que se faz urgente em se ter?

Anônimo disse...

Vamos mandar o Dudu receber um prêmio de melhor prefeito das Américas lá no Haiti. Que tal?

Anônimo disse...

Eis uma notícia que me entristeceu. No país do Big Brother não são muitas as pessoas públicas a quem consigo admirar. Não foi só o trabalho que desempenhou, mas a humildade dessa mulher e a dignidade que confere à ajuda humanitária. Sua vida redefine a palavra caridade e reconstrói no nosso século um sentimento moral que se encontra à base da nossa cultura. Lamento muito. Abraço, Daniel Silveira

Liandro Faro disse...

Independente de religião, crença ou descrença, devemos reconhecer nas pessoas aquilo que fizeram de útil para a humanidade.
Salve os humanitários!

Yúdice Andrade disse...

Amigos, realmente, isto não é uma questão de religião. O trabalho e o exemplo de Zilda Arns é reconhecido por toda a sociedade. Prova disso são as manifestações comovidas, vindas de todos os setores.
"Morremos como nascemos", não é assim. Para ela, foi. Trabalhando pelo próximo.

Adorei a sugestão, anônimo. Mas precisamos checar quando haverá um outro terremoto. Não no Haiti, pelo amor de Deus, que aquele pobre país não precisa de mais sofrimento. Vamos descobrir onde haverá um terremoto, um furacão, um tsunami e mandar o dito cujo para lá.

Anônimo disse...

Estou profundamente triste.