O confrade Frederico Guerreiro relatou, em seu blog, o constrangimento sofrido por ele e por sua esposa, principalmente ela, no Juizado Especial do Mosqueiro. Supostamente, ela não estaria vestida de modo condizente com o ambiente judiciário, porque seus ombros estavam à mostra.
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É por demais cansativo que, no ano 2010, ainda nos deparemos com este tipo de despropósito, apesar do tanto que já se falou e se escreveu sobre a necessidade do Poder Judiciário descer de seus saltos e perceber o óbvio: é um poder que deveria servir à sociedade e não o contrário. Sobretudo quando lembramos o perfil do brasileiro médio, mormente daquele que bate às portas da Justiça atrás de algum direito. Frescuras quanto à indumentária representam negativa de acesso à justiça — um atentado à democracia e à dignidade humana.
O blog já registra outros artigos versando sobre o tema:
Em alguns dos comentários que me foram enviados você verá que certas pessoas, por falta de inteligência ou de educação, por analfabetismo funcional ou simplesmente por depravação de caráter não conseguem manter o debate em bom nível. E isso, sintoma do que se passa na alma de quem tem o poder decisório, não permite uma solução justa para um problema que nem deveria mais existir.
7 comentários:
A situação se agrava se considerarmos que Mosqueiro é um distrito tipicamente praiano, no qual os trajes geralmente são mais livres, justamente pelo sol que agracia e bela ilha.
Pois é, Arthur. Logo em seguida ao que aconteceu comigo e com minha esposa, tive de ir à Seccional do Mosqueiro para obter uma cópia de um TCO. Ao esperar o delegado terminar sua conversa ríspida com uma promotora, pelo telefone, fiquei sabendo como as coisas acontecem lá pelo Mosqueiro.
A tal promotora foi assaltada na praia, no final de semana. Foi à seccional registrar ocorrência policial e foi constrangida a se retirar das dependências porque estava usando canga com biquine por baixo, e o delegado ainda lhe disse que não era traje apropriado para uma senhora daquela idade usar, para uma promotora de justiça! Mandou que ela fosse em casa se vestir, pouco importando se ela morasse em Belém e tivessem roubado tudo dela no Mosqueiro.
O pau torou feio, e ainda deve estar.
Contudo, me atendeu plenamente, com toda educação.
Essa postagem e a seguinte do Yúdice demonstram o quanto esse país ainda pode ser colonial.
Abraços
Ou seja, Arthur, há também hábitos advindos das próprias condições do lugar. Nada disso foi considerado. Nada foi considerado.
Colonial, Fred, no pior sentido da expressão.
Eu queria era ter visto de perto o confronto entre o delegado e a promotora. Teria adorado ver. Gostaria de saber dos desdobramentos.
Yúdice, a propósito do tema, fiz uma postagem no Flanar com o vídeo de uma reportagem de um caso recente ocorrido na CTBel. Bem feito pros otários de lá.
Abraços.
Yúdice, incrível como ainda não apareceu na imprensa.
Se eu souber de alguma coisa - sobre os desdobramentos do caso -, informarei a todos.
Abraço
Eu fico pasma a me deparar com uma história dessas.
Se acontece uma m***a dessa comigo eu vou presa, com certeza, pois haverá "desacato à autoridade".
Convenhamos, a gente fala de educação às crianças, mas como ensinar um absurdo desses? E se eles tivessem uma criança e a criança visse a mãe passando por um infortúnio desse, sem necessidade? Sem razão qualquer de ser?
PQP, esse mundo está realmente PERDIDO!!!!
Espetacular, Francisco! Espetacular! A quem passar por aqui, não deixe de ler http://blogflanar.blogspot.com/2010/01/sobre-indumentaria.html
Ok, Fred. Aguardo notícias, se houver. Se fores à delegacia de novo, dá uma assuntada. Policial adora uma fofoca...
É o prazer de prejudicar os outros, Ana. Ou ao menos de provocar contrariedades e constrangimentos.
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