terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Direto do coração


"O que é a música? Como defini-la? A música é uma calma noite de luar, o farfalhar das folhas das árvores no verão. A música é um longínquo carrilhão no crespúsculo! A música vem direto do coração e só fala ao coração; ela é amor! A irmã da música é a poesia e sua mãe é a tristeza!"

Sergei Rachmaninov (1873-1943), compositor russo, virtuose do piano, talvez tenha sido o último romântico dos litorais de todos os oceanos da música erudita. E aqui o termo romantismo está empregado em seu sentido artístico. Seu imenso talento foi menosprezado durante muito tempo, porque em pleno século XX compunha música com a estética e o formato das produções do século XIX. Mas o fazia com tanta alma e paixão que é impossível deixar de se apaixonar por sua linguagem.

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Referência inevitável, uma das mais célebres composições do autor é a Rapsódia sobre um tema de Paganini, cuja 18ª variação embalou o amor transtemporal (e para variar impossível) entre o teatrólogo Richar Collier (Chistopher Reeve) e a atriz Elise McKenna (Jane Seymour), no inesquecível filme Em algum lugar do passado (Somewhere in time, dir. Jeannot Szwarc, 1980). Quem viu, com certeza se recorda. Quem não conhece, precisa ver o filme e escutar a música. Não se esquecerá jamais de um e de outra.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adoro suas postagens sobre música erudita, Yúdice. Gostei muito da sua referência a este grande compositor russo, que por sinal é um dos meus preferidos.

Há um outro filme muito interessante sobre o mesmo compositor, chamado Shine, que conta a história de um jovem na qual quase ficou louco em busca da perfeição na execução de uma das obras mais admiradas e temidas de Rachmaninov: o Concerto Nr. 3 – também conhecido como Rach 3.

Aliás, esta é a obra que mais admiro deste compositor – além de muitas outras, claro; mas esta em especial tem um toque maravilhosamente tenebroso, harmonioso e, ao mesmo tempo, melódico. Uma música de muitos acordes e notas que faz com que o pianista executor acredite veemente que possui mais de duas mãos.

Se quiser ver uma excelente interpretação desta, sugiro que procure pelo pianista Denis Matsuev. Foi a melhor interpretação que já vi desta peça, tirando a de Vladimir Horowitz.

Obrigado novamente por suas belas contribuições!

Alexandre

PS - Note, todos russos. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Ana Miranda disse...

Demorei muito a gostar de música clássica. Uma vez assinei (ai que vergonha de confessar isso aqui, mas eu fiz isso sim, assinei essa revista, mas juro, nunca mais nem li)Caras e ganhei uma coleção de 6 cds de música clássica.
A-do-rei!!! Meus filhos ainda eram pequenos e eu colocava e eles gostavam.
Até hoje eles curtem.
Depois de descoberta a boa música, começamos a comprar novos cds.
Aqui em Juiz de Fora, às vezes, tem concertos "de grátis" e o mais legal é que lota o teatro.

Yúdice Andrade disse...

Não me recordo, Alexandre, porque não vi "Shine" no cinema, apesar de toda a minha vontade. Meu irmão, metido a crítico, viu e adorou. Por causa de Rachmaninov, o filme voltou a minha lista de pendências cinematográficas a sanar.

É uma música deliciosa, Ana. Na verdade, ela é tão variada que me impressiona ouvir alguém dizer que não gosta, assim, simplesmente por ser erudita. Bobagem. Sempre haverá um estilo para agradecer mesmo os corações empedernidos.