A chuva de ontem à tarde voltou a ser notícia, por conta dos inúmeros transtornos causados à cidade. Desta vez, eu os vi de perto. Felizmente, não passei por nenhum ponto crítico. Apesar de que o cruzamento da José Malcher com a 9 de Janeiro estava alagado, podíamos passar sem maiores dificuldades. Logo, estive próximo do canal da 3 de Maio e enfrentei os engarrafamentos em seu entorno. Um trajeto que não levaria meia hora triplicou de duração.
A tarde de ontem foi uma síntese da situação em que Belém se encontra: alagamentos, engarrafamentos enormes, semáforos apagados, acidentes, pedestres ilhados em abrigos de ônibus (quanto eles existem), CTBel inoperante e muita, muita canalhice dos belenenses motoristas.
Quando, a muito custo, consegui sair da Av. Magalhães Barata e chegar à Almirante Barroso, senti-me dentro daquele joguinho (não sei o nome) no qual vários carros embaralhados precisam ser posicionados para que um veículo específico possa sair pela única passagem disponível. Irritados com os sucessivos engarrafamentos e cientes de que outros veículos podem trancá-los, os motoristas canalhas se antecipam e bloqueiam os cruzamentos, na maior cara dura. Avançam exatamente quando o sinal está prestes a fechar.
Lamento profundamente, mas não dispunha de nenhuma câmera fotográfica na ocasião. Até meu celular estava sem bateria. Só mostrando imagens para se entender a alegoria que usei acima. Os carros se misturavam como a trama de um tecido, criando um risco enorme de acidentes. Para conseguir cruzar a Antônio Baena, precisei desviar na direção da faixa de segurança! E a minha sorte era estar saindo do caos, porque para quem seguia rumo ao centro o infortúnio era pior: o engarrafamento da José Malcher prosseguia pela Almirante Barroso até a Angustura. Que tal? Nesses pontos, não havia agentes da CTBel, onde eles seriam extremamente necessários, inclusive para multar os calhordas.
Só vi um agente de trânsito útil: ele tentava controlar o tráfego na confluência da Magalhães Barata com a Castelo Branco, onde o semáforo estava danificado. Só vi outro agente em São Brás, na esquina do Lar de Maria, onde passávamos sem maiores problemas. Ele preenchia uma multa quando o vi. Curiosamente, alguns metros adiante, na esquina com a Av. Ceará/José Malcher, onde as pistas da principal via da cidade estavam quase totalmente bloqueadas pelos canalhas, não havia nenhum.
Vale lembrar que o período de chuvas está apenas começando. De consolo, só a lembrança de que aqui não é São Paulo. De resto, continuamos tendo demonstrações cotidianas de que vivemos na capital mundial do egocentrismo.
Um comentário:
Poucas coisas estressam mais que engarrafamento, principalmente quando temos um horário a cumprir ou um compromisso importante.
A vontade que dá, é largar o carro no meio da rua e sair correndo e gritando...
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