sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Cirurgias

Meu irmão se submeteu à cirurgia de gastroplastia no dia 31 de março último. Nunca se recuperou a contento. Recentemente, soubemos que o motivo eram pequenas e perigosas pedras na vesícula (o tamanho facilita a migração das mesmas), que poderiam ter sido identificadas há mais tempo, por meio de uma ultrassonografia, solicitada por uma médica que atendeu meu irmão numa emergência hospitalar. No entanto, o cirurgião que faz o acompanhamento se recusou a pedir tal exame. Excesso de confiança ou sei lá o quê. Seja o que for, como leigo, desaprovo sua conduta. Tivesse agido diferente, teríamos sido poupados de meses e meses de mal estar interminável, ainda que fosse impossível escapar da cirurgia propriamente dita.
Meu irmão está sendo operado neste exato momento. Meus pensamentos estão concentrados nisso. Não consigo pensar em nada profundo ou espirituoso sobre que escrever. Amanhã retornarei, se Deus quiser, com boas notícias.

Atualizado 28.10.2006, às 16h42
Graças a Deus, a cirurgia por videolaparoscopia, muito menos agressiva, foi realizada com sucesso. Foi extraído menos que um dedal de uma areiazinha fatal. Impressionante, não? Meu irmão passa bem e esté em casa desde hoje de manhã.
Agradecemos as manifestações de carinho, virtuais e pessoais. Muitos abraços a todos.

11 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Não sei de detalhe algum do caso, mas para ajudá-lo a compreender, arrisco algum comentário, se me permite.
De fato uma postura talvez pouco sensata em não solicitar a US no pré-operatório, mesmo que para apenas confirmar a presença dos cálculos, e atender as angústias sobre o assunto. Mas ela não seria de maneira alguma determinante ou impactante na complicação rara e "azarada" que se apresenta agora, lamentavelmente. Migração de cálculos biliares exatamente no mesmo período de pós-operatório de gastroplastia, uma cirurgia que nada se aproxima do sistema biliar e que não é a gênese da ocorrência secundária. Sendo muito provavelmente uma ocorrência superveniente.
Se esta é sua dúvida, acrescento que não seria recomendável a realização de colecistectomia (retirada da vesícula) no mesmo tempo cirúrgico da gastroplastia. Aliás, nem toda pedra na vesícula tem indicação cirúrgica imediata, a partir da simples constatação de sua presença. Na maior parte das vezes, a retirada das pedras junto com a vesícula biliar é feita em cirurgia eletiva e não de emergência. A não ser que hajam sinais de colecistite (inflamação da vesícula) como parece ser o infortúnio de seu irmão.
Boa sorte.
Abraços

Anônimo disse...

olá, yudice, sempre um prazer ler seus textos saborosos. desejo rápida recuperação ao seu irmão...hj, aqui tão distante, abri a página de "o liberal" na internet e não consegui sentir nada diferente de nojo, asco, indignação...e parece que o povo paraense se cala diante de tanta imparcialidade....forte abraço.

Ivan Daniel disse...

Estamos sempre sujeitos a passar pelos (des)cuidados de médicos sem preparo adequado para lidar com o ser humano. Eu e minha esposa passamos por uma situação dessas esse ano, onde o todo o sofrimento que enfrentamos, até físico no caso dela, ficou sem motivo real por falta de empenho profissional e dedicação com o emocional do paciente.
Conte com minhas boas vibrações neste momento. Estarei pensando positivo pelo seu irmão.
Um abraço,
Ivan.

Yúdice Andrade disse...

Ivan, agradeço imensamente suas boas vibrações e espero que sua esposa esteja plenamente recuperada.
Sérgio, muita alegria me proporcionam as suas visitas. Espero merecê-las sempre, incluindo os comentários.
Barreto, muito obrigado por suas observações. De fato, suas impressões diagnósticas estão corretas, apesar do quase nada de informações que dei. Estamos cientes que a colecistite não tem relação alguma com a gastroplastia. Nosso aborrecimento deriva do fato de que, diante de um paciente que nunca parou de enjoar (o que não é normal), uma suspeita da doença formulada por médica e da recomendação do exame, o mínimo que se poderia fazer era atendê-lo. Sabemos que não se deve pedir exames a rodo, mas o caso recomendava. Sabemos também que isso não teria alterado a necessidade de meu irmão de, em algum momento, ser operado de novo. Mas ele poderia ter sido poupado de sofrimento nesse meio tempo. O médico que o atende é competente, sabemos, mas me dá a impressão de tratar seus pacientes no estilo linha de produção, quando poderia e deveria dar mais atenção às particularidades.
Enfim, obrigado a todos e muitos abraços.

Unknown disse...

'Stamos torceno por ele.
Com certeza voce voltará com boas notícias, profesor.

Carlos Barretto  disse...

Sem a menor dúvida, concordo com vc. Muitos não tem mesmo a menor humanidade. Mas nada de generalizações, certo?

Carlos Barretto  disse...

Os enjôos são sintoma quase hegemônico em todos os pacientes que se submetem a gastroplastia. E podem mascarar os sintomas de outros acometimentos supervenientes. E é um dos inúmeros aspectos desagradáveis deste tipo de cirurgia. Que é bom que todos tomem conhecimento até para que a decisão de fazê-la seja amadurecida. Mas o resultado final é animador. De fato os portadores de obesidade mórbida experimentam grandes perdas de peso, geralmente ficando irreconhecíveis mesmo após alguns meses. O que traz muitos benefícios para quem passou longo sofrimento com os inúmeros inconvenientes da obesidade severa.
Continuamos torcendo por seu irmão. Não se furte em perguntar o que desejar.
Abraços

Yúdice Andrade disse...

Amigo Barretto, agradeço as novas informações. Saiba que não tenho a intenção de generalizar. Aliás, depois de ter advogado para o
Sindicato dos Médicos, e sendo um estudioso dos temas médicos por interesse pessoal, aprendi a ver sua categoria por uma ótica mais consciente do que a da maioria da população. Fique tranqüilo: sei separar o joio do trigo e tenho simpatia por médicos. Um abraço.

Citadino Kane disse...

Yúdice,
Com certeza o teu irmão terá uma boa recuperação, estou mentalizando por ele.
Pedro

Anônimo disse...

Envio votos de pronto restabelecimento de seu irmão.

Yúdice Andrade disse...

Ele se recupera muito bem, graças a Deus, Val-André. Agradeço tuas palavras.