Ângela Salles, que disputará a presidência da OAB, licenciou-se do TRE. Volta, depois da eleição, para então renunciar na véspera de sua posse na Ordem.
Tudo bem, pode ter sido apenas má redação, mas o texto, como se encontra, dá a entender que a candidata situacionista voltará ao TRE após a eleição e nele permanecerá até a sua posse na presidência da OAB, dada como certa. Terá sido mera infelicidade ou ato falho, revelando as preferências do colunista, que nem sei se poderia ter alguma preferência na eleição classista?
Seja como for, a história da OAB mostra uma incapacidade de lidar com o novo. Os candidatos situacionistas sempre vencem. Não posso afirmar que a oposição ofereça nomes bons ou ruins, mas me parece muito inconveniente que a oposição nunca consiga emplacar ninguém. Para piorar, essa coisa de vice virar presidente torna o preenchimento de cargos em nossa briosa instituição uma espécie de sucessão natural, que pouco ou nada favorece o debate democrático.
Deixo claro que, este ano, não tenho preferência por nenhum candidato, eis que me encontro licenciado da advocacia, infelizmente, enquanto trabalho no Tribunal de Justiça. Assim, não me dei ao trabalho de apoiar ninguém, nem no plano do apoio moral. Mas me incomoda a falta de revesamento no poder, seja na Presidência da República, seja no clube de jogadores de porrinha do bairro.
Enfim, que classe acomodada é a dos advogados, que se vangloriam, justamente, de serem combativos na defesa de ideais! A praxe desmente o discurso. Nem tenho frequentado os corredores da Ordem, mas já estou cansado de ver sempre as mesmas caras.
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