Eles não eram perfeitos, Ana. Muito pelo contrário. Além do mais, cresceram numa época em que o tabagismo era glamourizado por todas as formas. São, portanto, homens de seu tempo. Mas agora os tempos são outros e não custa evoluir.
Entendi a provocação, André. Mas com a teoria das múltiplas inteligências, hoje bastante desenvolvida, podemos perfeitamente harmonizar os parâmetros aparentemente contraditórios.
Professor Yúdice, conheci há muitos anos atrás o "velho", Luis Carlos Prestes.
Este dizia que quem fumava era "burro, porco e traidor do proletariado brasileiro".
Explicava, "burro, porque estraga a saúde por nada; porco, porque a fumaça, a cinza e as guimbas usadas sujam o ambiente e incomodam as pessoas em volta; e, ao final, traidor da Pátria, pois enriquecia as multinacionais produtores de cigarros"!
Toda as vezes que ele assim se manifestava, eu morria de rir, vendo os "cumpanheiros" (sic) correndo para apagar os móveis do crime...
Para deixar fumantes como você nervosos, das 14h32. É o que se chama provocação. É o que motiva piadas de louras burras, gaúchos homossexuais e coisas do gênero. A provocação é um recurso retórico comum, para induzir as pessoas a refletir sobre um assunto. Quanto a ser preconceituosa, não nego: tenho o maior pré-conceito (a reforma ortográfica, aqui, não ajuda) contra fumantes. E com justo motivo! Já disse várias vezes aqui: todo castigo para fumante é pouco!
CJK, se mais motivos não tivesse para tanto, eu agora seria fã de Prestes, pelo inteligente e provocativo comentário. Para a sorte dele, suas reclamações surtiam efeito, felicidade que não possuo.
André, a especialista no assunto é a minha esposa. Vou conversar com ela a respeito, mas antecipo que, provavelmente, proporei alguma variante das sete espécies já descritas. Enfim, meu comentário não era assim tão técnico... Ei, que me conste, tu não és fumante, és? Abraço.
Voce está enganado, não sou fumante e nem aprovo quem fuma, mas rogar praga para quem fuma parece demais. Temos sim é que incentivá-los a largar o vício e pelo que sei esta forma não é estimuladora. Mas tudo bem tem educadores e educadores. As vezes um e outro dão errado ou dão certo.
Não, Yúdice, felizmente não tenho esse vício, que considero horroroso e lamentável, e nunca sequer experimentei. Estou aqui argumentando apenas pelo amor do argumento mesmo. É que não me parece haver fundamento para a ideia de que os fumantes são menos inteligentes que os não fumantes. Se você falar de alguma variante de inteligência que esteja ligada à preservação da própria saúde ou à capacidade de superar vícios, o argumento se torna mais plausível, mas apenas sob dois custos: i) de que não esteja mais se movimentando no mesmo espaço conceitual da pesquisa que deu mote ao comentário, já que ela provavelmente não adotou essa variante de inteligência como critério ao falar de "mais inteligentes" e "menos inteligentes"; e ii) de que quase todas as pessoas, inclusive os não fumantes, sejam pouco inteligentes no sentido dessas variantes de inteligência, porque, se não fazem mal à própria saúde com o fumo, o fazem com outras coisas e, se não estão presas ao vício do tabaco, o estão, no entanto, a outros vícios. Por isso, acho que, para manter-se fiel à notícia original e para não gerar esse efeito colateral do argumento, você teria que manter mesmo a compreensão de que a "inteligência" em questão é a conceitual, linguística e matemática, que deve ter sido o que a pesquisa testou. Só que, nesse caso, os contraexemplos apresentados tornam o argumento realmente difícil de ser sustentado.
Ah, a velha mania de tentar mexer com os brios alheios!! "Há educadores e educadores"... Infelizmente para você, meu caro, meus anos de terapia não permitem que eu me impressione com isso. E apenas a título de esclarecimento, a postagem não foi nada pedagógica. Jamais tive essa intenção, no caso.
André, já faz tempo que conceitos como quociente de inteligência encontram-se superados, justamente por conta de teorias como a que citei. Li as primeiras páginas de um livro muito interessante, chamado "Pré-história da mente: uma busca das origens da arte, da religião e da ciência" (Stevebn Mithen, UNESP), que abre novas perspectivas para a minha compreensão sobre a mente humana. Infelizmente, só poderei fazer essa leitura nas férias. Quem sabe não debatemos a respeito em nosso café filosófico de julho? Vou levar o livro comigo.
11 comentários:
Sei não, nosso "poetinha" fumava, Chico Buarque fuma, e outros tantos gênios da nossa literatura também são chegados a um veneno chamado cigarro...
Eles não eram perfeitos, Ana. Muito pelo contrário. Além do mais, cresceram numa época em que o tabagismo era glamourizado por todas as formas. São, portanto, homens de seu tempo. Mas agora os tempos são outros e não custa evoluir.
Isso envolve Gilberto Freyre, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Jean-Luc Godard, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Humphrey Bogard e Winston Churchill?
Entendi a provocação, André. Mas com a teoria das múltiplas inteligências, hoje bastante desenvolvida, podemos perfeitamente harmonizar os parâmetros aparentemente contraditórios.
Então por que a postagem? Sem fundamento e até preconceituosa
Professor Yúdice, conheci há muitos anos atrás o "velho", Luis Carlos Prestes.
Este dizia que quem fumava era "burro, porco e traidor do proletariado brasileiro".
Explicava, "burro, porque estraga a saúde por nada; porco, porque a fumaça, a cinza e as guimbas usadas sujam o ambiente e incomodam as pessoas em volta; e, ao final, traidor da Pátria, pois enriquecia as multinacionais produtores de cigarros"!
Toda as vezes que ele assim se manifestava, eu morria de rir, vendo os "cumpanheiros" (sic) correndo para apagar os móveis do crime...
Que inteligência em particular você entende que lhes faltava ou que lhes era diminuída?
Para deixar fumantes como você nervosos, das 14h32. É o que se chama provocação. É o que motiva piadas de louras burras, gaúchos homossexuais e coisas do gênero.
A provocação é um recurso retórico comum, para induzir as pessoas a refletir sobre um assunto.
Quanto a ser preconceituosa, não nego: tenho o maior pré-conceito (a reforma ortográfica, aqui, não ajuda) contra fumantes. E com justo motivo! Já disse várias vezes aqui: todo castigo para fumante é pouco!
CJK, se mais motivos não tivesse para tanto, eu agora seria fã de Prestes, pelo inteligente e provocativo comentário. Para a sorte dele, suas reclamações surtiam efeito, felicidade que não possuo.
André, a especialista no assunto é a minha esposa. Vou conversar com ela a respeito, mas antecipo que, provavelmente, proporei alguma variante das sete espécies já descritas.
Enfim, meu comentário não era assim tão técnico...
Ei, que me conste, tu não és fumante, és? Abraço.
Voce está enganado, não sou fumante e nem aprovo quem fuma, mas rogar praga para quem fuma parece demais. Temos sim é que incentivá-los a largar o vício e pelo que sei esta forma não é estimuladora. Mas tudo bem tem educadores e educadores. As vezes um e outro dão errado ou dão certo.
Não, Yúdice, felizmente não tenho esse vício, que considero horroroso e lamentável, e nunca sequer experimentei. Estou aqui argumentando apenas pelo amor do argumento mesmo. É que não me parece haver fundamento para a ideia de que os fumantes são menos inteligentes que os não fumantes. Se você falar de alguma variante de inteligência que esteja ligada à preservação da própria saúde ou à capacidade de superar vícios, o argumento se torna mais plausível, mas apenas sob dois custos: i) de que não esteja mais se movimentando no mesmo espaço conceitual da pesquisa que deu mote ao comentário, já que ela provavelmente não adotou essa variante de inteligência como critério ao falar de "mais inteligentes" e "menos inteligentes"; e ii) de que quase todas as pessoas, inclusive os não fumantes, sejam pouco inteligentes no sentido dessas variantes de inteligência, porque, se não fazem mal à própria saúde com o fumo, o fazem com outras coisas e, se não estão presas ao vício do tabaco, o estão, no entanto, a outros vícios. Por isso, acho que, para manter-se fiel à notícia original e para não gerar esse efeito colateral do argumento, você teria que manter mesmo a compreensão de que a "inteligência" em questão é a conceitual, linguística e matemática, que deve ter sido o que a pesquisa testou. Só que, nesse caso, os contraexemplos apresentados tornam o argumento realmente difícil de ser sustentado.
Ah, a velha mania de tentar mexer com os brios alheios!! "Há educadores e educadores"...
Infelizmente para você, meu caro, meus anos de terapia não permitem que eu me impressione com isso.
E apenas a título de esclarecimento, a postagem não foi nada pedagógica. Jamais tive essa intenção, no caso.
André, já faz tempo que conceitos como quociente de inteligência encontram-se superados, justamente por conta de teorias como a que citei. Li as primeiras páginas de um livro muito interessante, chamado "Pré-história da mente: uma busca das origens da arte, da religião e da ciência" (Stevebn Mithen, UNESP), que abre novas perspectivas para a minha compreensão sobre a mente humana. Infelizmente, só poderei fazer essa leitura nas férias. Quem sabe não debatemos a respeito em nosso café filosófico de julho? Vou levar o livro comigo.
Postar um comentário