terça-feira, 27 de abril de 2010

Poetinha na rede



Uma boa notícia para quem ama poesia brasileira: toda a obra de Vinícius de Moraes está, agora, à disposição, gratuita e regularmente, na Internet. Você acessa a Biblioteca Brasiliana USP e pode fazer o download dos arquivos, em formato .pdf. Uma maravilha.


Para inspirar os fãs da poesia, eis o meu poema favorito dentre a vasta obra do Poetinha, "Ternura":




Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
[extático da aurora.

4 comentários:

Ana Miranda disse...

Yúdice, eu não tenho um poema predileto dele.
Para minha filha o melhor dos melhores é "Poética 1".

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

Minha filha escreve poesias por causa dele. Esse ano ela fez 21 anos e escolheu 21 poesias escritas por ela e fez um livro. Ficou liiiiindo!!!! (coisa de mãe coruja)

Liandro Faro disse...

Vai mais uma decisão do STJ sobre adoção por casal homoafetivo.

http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=96931

Abraços

Yúdice Andrade disse...

Gostaria de lê-lo, Ana. O poema do Vinícius que transcreves é muito bonito. O verso final inspirou muitas reflexões que fiz em horas de ócio.

Obrigado pela referência, Liandro. A notícia já começou a circular.

Polyana disse...

Boas lembranças me trazem este poema...