sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

De novo na escola

O novo colega de docência com o qual conversei sobre escolas infantis me contou esta outra:
Reunião de pais. A escola está preocupada com a utilização do Orkut por crianças na faixa dos oito anos de idade. É um risco, todos sabemos, com todos esses tarados soltos por aí. Cientes disso, os pais cobram providências da escola.
Eis que o meu colega pede a palavra e solta esta: o problema não é o Orkut. O problema são os pais. Quando sua filha pediu para criar um perfil no Orkut, ele a colocou na frente do computador e mostrou que existe uma idade mínima para você aderir ao site de relacionamentos. Logo, não era algo para uma criança. A menina, decerto porque educada a respeitar e confiar nos pais, aceitou a explicação numa boa.
Nada deixa esses ridículos dublês de pais e mães mais irritados do que ser confrontados com seus erros e mediocridades. Os caras ficaram furiosos com o meu colega. Hoje, ele não é exatamente o pai de aluno mais popular entre os seus pares...
.

3 comentários:

Ana Miranda disse...

Eh...eh...eh...
Já passei por algo parecido.
Quando minha filha tinha 7 anos, a escola faria um festival de dança. Uma das mães do grupo dela ficou de ensair as crianças. E o que ela escolheu? Uma música da boquinha da garrafa do Tcham (sei lá como escreve isso). Recusei-me a deixar minha filha dançar, disse que se não trocassem a música ela sairia do grupo, jamais permitiria que minha filha, de 7 anos, sem entender nada da baixaria da letra ficasse se requebrando na boca de uma garrafa. As mães, é claro, quase me bateram, mas a própria direção da escola não aceitou a tal música. Trocaram por "É proibido fumar", a coreografia ficou linda e o grupo delas ficou em 2º lugar. Mesmo assim ganhei a antipatia de algumas mães...

Lafayette disse...

Dei uns conselhinhos pra um casal de amigos que não sabiam mais o que fazer com o filho, de 10 anos, e os seus MSN, Orkut e tals, e as horas e horas na frente do computador... quando estavam para proibir, podenrei que era inútil e que, nos mundo moderno, banir a computação, a Web, a interação forte, total e necessãria era uns 300 mil passos pra trás... Ollhe só:

a) MSN com a ferramente de controle por eles, que o próprio programa trás, além de outras parametrizações, como a ativação (com senha) de salvar o histórico de todas as conversas (fácil né!);

b) Orkut, também com tal controle;

(TAIS CONTROLES DEVEM SER EXERCIDOS COMO SE O CONTROLADO NÃO SE SENTISSE... CONTROLADO, tudo na manha, sem arroubos, sem ditadura do 'pai'letrariado)

c) instalar um computador com tudo de melhor, com váriops itens profissionais (na medida do possível econômico, claro), com mesa estilosa, com periféricos atraentes e funcionais, como scanner, copiadora, impressora, ou seja, estruturar o computador para que o filho não veja o equipamento só como uma inutilidade útil, mas, sim, como uma ferramenta outra, para trabalho, para exercícios da escola, da atividade física etc.

d) E, finalmente, o mais importante, simples e eficaz: após toda essa estrutura, tudo muito confortável: INSTALAR TUDO ISSO NA SALA, NUMA ANTE SALA, SEM PORTA, E COM A TELA VIRADA PARA O AMBIENTE. Sem outro computador de livre acesso na casa, só este, é este e pronto!

Foi um santo remédio. O filho deles fica diminuiu as horas vidrado, tem ido mais vezes jogar futsal ou volei na área de lazer do condomínio, e os pais ficaram mais calmos com esta fera-do-demo (que era pra eles) que é o Computador se sua Web!

Yúdice Andrade disse...

Eu me oporia com ferocidade, Ana. Aliás, eu me oporei! Comigo não tem esse papo de "a maldade está na cabeça do adulto" e "para a criança é só uma brincadeira". Temos o dever de passar valores, num mundo cheio de pedófilos, que ao ver uma criança se arreganhando não pensará em brincadeira alguma!
Também por fatos assim, sei que passarei baixo na futura escola da Júlia.

Grato pelas dicas, Lafa. Acrescento, apenas, que o ideal seria poder confiar no filho, a tal ponto que esses instrumentos sejam desnecessários. Não quero parecer romântico nem ingênuo. Não acho que daria certo com um filho adolescente, mas com uma criança, talvez. Tomara!