quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Não tem graça

Tenho um amigo que quando jogava conosco, qualquer jogo que fosse, já anunciava antes de começarmos: "se eu tiver uma oportunidade, vou roubar!" E com a cara mais deslavada do mundo, comprava cartas a menos, olhava as dos demais jogadores, escapulia de punições, etc. O interessante é que a pilantragem era tão explícita e honestamente prometida que lutar contra ela se tornava uma diversão adicional na brincadeira.
Por isso, é sem nenhum prazer que tomo conhecimento do "Monopoly Live", a nova versão de um dos jogos de tabuleiro mais famosos de todos os tempos (no Brasil: "Banco Imobiliário"), que conta com recursos tecnológicos para rolagem dos dados, controle das casas a percorrer e do dinheiro em poder dos jogadores. As possibilidades de fraude são eliminadas.
Isso é bom? Na vida, sim; no lazer, mata-se a espontaneidade. O argumento na linha moral da história (aprender a jogar sem enganar os outros) não me convence. Há outras formas de ensinar ética para as crianças. E na hora de dar um tempo nas obrigações da vida, quando se quer apenas passar o tempo e rir, uma chicanazinha inocente até que se torna um tempero legal. Vale lembrar que o blefe faz parte de certos jogos.
E você? Joga o Live ou prefere o tradicional?

3 comentários:

Anônimo disse...

Ensinar ética/jogar sem roubar podando o livre-arbítrio/possibilidade de fraude? Que estranho!

No fim das contas, não há lição. A criança simplesmente não rouba porque [ainda] não achou um meio para tal e não por uma questão de certo ou errado.

Honestamente, não creio em educação que simplesmente poda as opções (roubar ou não roubar, eis a questão?) de pensar sobre os seus atos.

Particularmente, eu prefiro o Banco Imobiliário tradicional, mas dou fé que no final das contas, vão achar um jeito de fraudar o tal jogo a prova de roubo, afinal sempre se dá aquele jeitinho nojento pra tudo, não?

Anônimo disse...

Prefiro os jogos tradicionais, onde todo mundo se reúne, dá risada, se diverte sentindo a presença um do outro, como nos velhos tempos. Pena que existem essas coisas de blefes e principalmente gente que não sabe perder, como se tivesse apostado a vida no jogo. Minha cunhada é uma delas. Não sabe perder e se divertir mesmo assim. Eu já não ligo para isso. O melhor é a confraternização que se tem com os mais chegados.

Alexandre

Ana Miranda disse...

Os jogos que eu gosto, não têm como roubar, são esse jogos de perguntas e repostas, ou você sabe, ou não.
Adoro também aqueles jogos de perguntas pessoais, onde, às vezes, as perguntas nos colocam em uma saia justa...