Naturalmente, para um professor universitário colações de grau são acontecimentos rotineiros. E a industrialização do entretenimento leva a uma certa padronização dos eventos, em alguns casos até com perda da espontaneidade. Entretanto, há um elemento pessoal que jamais pode ser ignorado: os sentimentos que nos unem aos nossos ex-alunos. Por isso, entra ano, sai ano, se me convidam, jamais deixo de comparecer às solenidades de colação grau, tanto a cerimônia acadêmica quanto o baile. E uma vez lá, vibro com os meus pupilos, imbuído de um sentimento paternal que sempre tive e que, segundo penso, é uma das demonstrações do que acredito ser minha destinação natural à docência. Definitivamente, essa é a carreira em que eu preciso estar.
Ontem à noite, estive em um baile de formatura. Uma turma vespertina da qual me separei um semestre antes do previsto, para readequar o meu horário em função do nascimento de minha filha. Uma escolha que precisei fazer, naquela conjuntura, mas não sem uma sensação de perda. Ontem, estive com eles de novo, e na honrosa condição de homenageado, juntamente com os colegas Luciana Fonseca, Eduardo Lima Filho, Valena Jacob, Liandro Faro (paraninfo) e Aline Chamié (nome da turma).
É sempre maravilhoso viver essa última confraternização e dizer a eles que continuamos por lá, à disposição, se pudermos ajudar em seus futuros desafios profissionais e também acadêmicos, para aqueles que continuarão na academia. Foi particularmente emocionante passear pelo salão, abraçando um a um cada colando, oportunidade de fazer algo de que gosto muito: interagir com as famílias. Adoro dizer aos pais o que penso de seus filhos. Alguns reagem de uma maneira que só vendo, o que aconteceu ontem, p. ex.
Enfim, acabou. Vai-se a turma do Carlos Thiago e de sua namorada violoncelista Karla Harada; da Monike, da Paulinha Godoy, da Ana Paula Moncherry, dos Ivans (Lauzid e Mello), do blogueiro Leonardo Nóvoa, da Lúcia Helena, dos grandões Igor e Nelson e de tanta, mas tanta gente bacana, que na minha próxima aula no turno da tarde será inevitável olhar o corredor procurando por eles. Mas a vida segue sempre em frente e assim precisa ser.
Por isso, que tenham todos muito sucesso e alegria em suas vidas. Os professores continuamos no lugar de sempre, na torcida.
2 comentários:
Professor, muito obrigada por tudo, vc me tirou lágrimas e o maior sorriso durante o curso. Jamais esquecerei de suas aulas, lembro ate hoje seus exemplos.. Realmente não existem dúvidas que esta é a carreira que você precisa estar. Muito obrigada mesmo.Beijos com muito carinho.
Brenda, tua mensagem me enternece profundamente. Tomo a liberdade, então, de dizer que tu também me proporcionaste um sentimento intenso, embora não possas imaginar.
Houve um semestre em que não passaste. Não me recordo se foi Penal I. Mas a memória daquele dia me ficou na mente. Eu tinha acabado de entregar as provas e permanecia de pé junto à porta. O clima não era dos melhores. Eu te vi sair, no momento em que o teu namorado chegava. Não escutei o que disseste a ele, mas vocês trocaram um abraço tão sentido que me senti muito mal. Tua tristeza era tão perceptível que chegava a ser palpável.
Queria ter feito algo, naquela tarde. Às vezes faço isso: escolho um dos alunos tristes e bato um papo, tento animar. Não dá com todos, nem dá sempre. Não conversei contigo, mas não tens ideia de como a tua visão me afetou naquele dia já distante. O que eu não daria para ter visto, também, o grande sorriso que mencionaste!
Vai com Deus, minha querida. Não serás esquecida e, felizmente, daqui por diante a lembrança daquele abraço me virá com alívio e alegria.
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