Dia desses li uma crítica sobre a falta de criatividade na publicidade de automóveis, que por sinal é um dos campos mais férteis do marketing (pelo menos, eu acho). O autor criticava o uso excessivo de animais (verdadeiros ou animações) para cativar o público, seja porque se batia numa mesma tecla, seja por causa do despropósito de algumas dessas ideias.
Hoje à tarde, vi o novo filme da Nissan, que apela mais uma vez para o mundo animal, e minha reação foi rir de verdade. Tudo por causa da campanha para a picape Frontier, que seria a mais forte da categoria, ou seja, o motor gera maior cavalagem. E a forma de expressar isso foi através de uma piada: Você quer uma picape com cavalos ou com pôneis?
Ao procurar uma imagem do filme na Internet, acabei descobrindo que a nova campanha da Nissan está na boca do povo. Já angariou muitos fãs (como eu) e igual número de inimigos figadais. Tudo graças ao motorista que fica indignado ao atolar na lama e não conseguir liberar o veículo, pondo a culpa nos "pôneis malditos". E não é que eles existem mesmo? Sob o capô, um carrossel fresco a não mais poder mostra três poneizinhos declarando seu ódio a carros e a lama e concluindo: "Não vou sair do lugar!" Quando o bichinho roxo solta um coraçãozinho e diz "te quiero!", caí na gargalhada.
Desde o ano passado, a Nissan — empresa que tem crescido no mercado graças ao lançamento de automóveis, pois antes praticamente se limitava à Frontier — vem investindo em mídia agressiva. Suas campanhas, debochando da concorrência através de citações nominais, sacudiu o mercado e deixou os ofendidos furiosos. O CONAR, sobre o qual escrevi outro dia, determinou a retirada das campanhas do ar e os diretores da empresa foram ameaçados de ações judiciais pelos concorrentes. Parece que a Ford chegou a intentar uma ação criminal, pois seus funcionários foram retratados como rappers que vendiam carros por preços muito superiores ao merecido. Mas a Nissan gostou do barulho e, mesmo sem partir para um confronto direto, manteve a língua afiadíssima, como se prova mais uma vez agora.
Uma última informação que pode interessar a nossa querida Luiza Duarte Leão (mas que pode ser falsa, segundo me alerta um leitor anônimo, na caixa de comentários): o jingle divertido, mas pegajoso e irritante, dos pôneis malditos foi composto por Léo Fressato, líder da Banda Mais Bonita da Cidade, que ela defendeu em seu blog e que surgiu um dia desses fazendo exatamente o mesmo que esta campanha publicitária: arrebanhando simpatias e execração na mesma proporção.
Sinta o nível da coisa:
Pônei maldito, pônei maldito
Venha com a gente atolar
Odeio carro, odeio lama
Que nojinho!
Não vou sair do lugar!
Se eu já gostara da campanha, acabei de gostar mais ainda. Encontrei uma versão estendida, na qual o animal fofinho se transforma em um equino dos infernos e ameaça lançar sobre nós a terrível maldição do pônei.
Morri de rir. Para ver, clique aqui. Mas atenção: é preciso assistir até o final. Por sinal, já criaram até um site para a maldição. Isso que é explorar a ideia!
De minha parte, como este blog felizmente é lido por mais do que dez pessoas, já estou livre da maldição. Ou pelo menos assim espero.
Te quiero!
6 comentários:
e esse "Te quiero" não é uma relação ás camionetes produzidas na argentina???
Não tinha pensado nisso. Mas, considerando os antecedentes da Nissan, provavelmente é isso mesmo. E como não houve nenhuma referência direta, os ofendidos terão que engolir em seco. Grande sacada do publicitário.
é, pensei nisso justamente pq a nissan "não dá ponto sem nó" como dizem por aí...
Pelo visto o Léo Fressato é bom em sucessos instantâneos e grudentos! Os "pôneis malditos" são fenômeno nas redes sociais (estiveram em primeiro lugar nos assuntos do Twitter, no sábado, ganhando do sorteio da Copa). Eu, que ainda não tinha visto o comercial, fui conferir.
O comercial é ótimo, não, Luiza? Irritante e ótimo.
Cheguei nesse blog através do Google e Poneis Malditos! =P E vi que a única postagem na Web, referindo-se a autoria desse Jingle, é de um site que posta notícias fakes (http://www.diariopernambucano.com.br), assim como o Sensacionalista. Portanto, esta notícia também não é verdadeira. Seria bom postar esta notícia como sendo fake.
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