Há pouco mais de dois anos, fui convidado por uma equipe da Justiça Federal, que organizava um evento para o seu corpo de servidores, a proferir uma palestra. Como boa parte deles é composta por acadêmicos e bachareis em Direito, os temas pelos quais manifestaram interesse eram um pouco mais sofisticados do que os de rotina. Pediram-me que falasse sobre a teoria da imputação objetiva, que no Brasil ainda é chamada de "nova", mas que começou a ser sistematizada na década de 1940 — claro, por autores alemães.
Comprei mais livros sobre o assunto e pedi ajuda a meu monitor, para que me auxiliasse a levantar material que pudesse ser usado na montagem da palestra. Ele me atendeu. No dia da palestra, lá estava eu no auditório da Justiça Federal começando a minha exposição quando, de repente, vejo o monitor sentado ao fundo da sala. Fiquei surpreso, não apenas porque nada me dissera, mas porque estava em horário de aula. Motivo de ter faltado: mesmo sem me avisar, quis me prestigiar e ainda ficar à disposição, se eu precisasse de algo.
Este monitor se chama Eduardo Neves Lima Filho, que naquele dia me deixou muito feliz com sua dedicação e senso de responsabilidade, fazendo espontaneamente mais do que lhe foi pedido. Contei essa história no final do ano passado, após a defesa de sua monografia de conclusão de curso, da qual fui orientador (se é que ele precisou de orientação), para a mãe dele e demais pessoas que assistiram à defesa do trabalho. Disse à mãe que ela podia se sentir orgulhosa do filho, porque motivos havia.
O tempo passou e, no dia 25 de janeiro último, por ocasião de sua colação de grau, onde eu estava todo prosa na condição de paraninfo da turma, tive a alegria de vê-lo receber a placa de honra ao mérito, pelo primeiro lugar em desempenho acadêmico no curso de Direito, dentre as três turmas que se formavam na oportunidade. E agora fico sabendo que foi, também, o primeiro lugar no último Exame de Ordem.
Não se trata de títulos, nem de persegui-los psicoticamente. Mas de merecê-los naturalmente. Merecê-los porque se é sério, responsável, dedicado. Porque essas são condições inerentes à pessoa.
Minhas felicitações, Eduardo. Nada disso me surpreende. Só fico muito, muito feliz de ver um dos meus pupilos dando tão bem os primeiros passos de uma longa caminhada, que será muito profícua, claro. Um forte abraço.
Acréscimo em 22.10.2011: Eduardo tornou-se professor do CESUPA, há mais ou menos dois anos. Somos colegas, agora, o que me dá grande alegria. Ele fez o caminho das pedras e agora colhe seus frutos.
6 comentários:
O Eduardo teve também outros professores, não?
O campeonato de vaidades está aberto.
Que outro mestre se candidata?
Como você é uma ameba, anônimo, não percebeu que o texto é uma homenagem aos atributos pessoais do Eduardo. O que ele fez ou recebeu é conseqüência dos seus próprios méritos.
Eu me responsabilizo por uma fraçãozinha da formação dele, juntamente com os demais colegas que, aposto, também devem estar satisfeítíssimos. Destaco, apenas, o fato de ter mantido um relacionamento mais próximo com ele e a turma dele, o que estreitou laços.
E, sim, orgulho-me terrivelmente disso. É um problema para você? Deve ser, né? Porque você saiu do seu buraco para vir aqui me chamar de vaidoso. Pois acertou! Eu me envaideço, sim. Tenho alunos que já estão em postos relevantes do mundo jurídico e eu acho isso o máximo.
Você, que se dá ao trabalho de visitar o meu blog só para encher o meu saco, podia arrumar algo útil para fazer de sua existência - que isso não merece ser chamado de vida. Experimente. Talvez assim as alegrias alheias não incomodem tanto.
Todos os demais professores vaidosos de si e de seus alunos que queiram deixar sua mensagem são bem vindos.
Negativo, anônimo, eu não tenho "coragem" de publicar seu repto! Fiquei tão abalado com ele que neste momento há uma ambulância em minha porta. Os paramédicos preparam os remédios que o psiquiatra receitou. Sou, de fato, muito "fraco".
Mesmo sua mente de ameba já percebeu que seus 15 minutos (aliás, segundos) acabaram, certo?
Contente-se com o fato de eu lhe ter dado razão: sou um poço de vaidade.
Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado...
É, amebinha, aqui é o fim do mundo!
Mas engraçado como eles estão enchendo mesmo o teu saco, Yúdice.
E de quebra, o nosso também.
Seus leitores que te admiram pela maneira franca como te expões.
Vc sabe muito bem quem sou eu. E depois em PVT eu te digo quem sou.
Mas desta vez, vou escrever anônimo, como o imbecil lá de cima.
Apenas para encher o saco dele também.
Vá se catar, seu careta! E procure outro lugar para vomitar. De preferência o banheiro de sua casa.
São fases, anônimo. Isso volta e meia acontece, creio que acontece com todos os blogueiros. Há pessoas que não procuram os blogs que atendem aos seus gostos. Vão justamente aos opostos. Coisa de gente que precisa de tratamento.
Ficarei feliz em saber quem és, devido à excelente percepção de que, assim agindo, essas criaturas irritam todo mundo. Só não acho que devam vomitar no banheiro de suas casas. Dentro dos próprios pulmões seria melhor.
Yúdice, não conheço o Eduardo, mas pelo que falas dele deve ser uma daquelas pessoas que realmente procura o aprimoramento e não o título, o troféu. Estes são mera conseqüência daquele.
Quantos aos anônimos... Nada a comentas! Apenas rir! Hehehehehehe
Abraços,
Vlad.
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