A imprensa, inclusive a oficial da tucanalha, tem noticiado o desentendimento entre o sedizente Prefeito de Belém, delegado local da corporação que "administra" o Estado há doze anos, e a Câmara Municipal. Bem feito!
Edmilson Rodrigues jamais teve maioria na Câmara e isso lhe custou toda sorte de dissabores. Já o intelectual-escritor tem maioria e um membro de seu partido na presidência da casa. E nem assim a turma se entende. Isso só pode significar que os acordos firmados entre si — e não em vista do interesse público — não têm sido cumpridos.
O Executivo deve respeitar o Legislativo. Isso é tão verdade quanto que o Legislativo deve se dar ao respeito. Trabalhei na Câmara por três anos e meio e por isso sei do que falo. Vejam os exemplos:
1. Os vereadores tinham chiliques porque Edmilson batizava ruas e praças por conta própria, quando a Lei Orgânica do Município determina que a toponomástica local somente pode ser resolvida pelo Legislativo. Mas o governador, que nem é autoridade municipal, mandou construir a Av. Brigadeiro Protásio e o nome foi aceito sem que ninguém tugisse nem mugisse.
2. A Lei Orgânica também veda que logradouros públicos recebam nomes de pessoas vivas. Mas assisti no plenário à votação em que a Rodovia Mário Covas ganhou esse nome, com o homenageado vivo, embora nas últimas, e todo mundo mandando omitir aquela vedação legal.
3. Os edis exsudavam sangue porque Edmilson pintava tudo de vermelho. Hoje a cidade está toda laranja e a meninada, calada. Devem ter gostado da cor.
4. Os briosos fiscais exigiam que Edmilson justificasse, minuto a minuto, o que fizera durante suas (poucas) viagens, especialmente as internacionais. Ainda não vi ninguém cobrar do atual um relatório de sua permanência fora, especialmente em Brasília, de onde o moçoilo parece sentir permanente saudade.
5. Por que a Câmara não se pronunciou oficiamente sobre a trapalhada jurídica que foi a compra do Hospital Sírio Libanês, ruinosa para os cofres públicos e que não contribuiu em nada para a melhoria da saúde em nossa cidade, e que é objeto de ação perante a Justiça Federal?
6. Por que não se manifestou, também, sobre a ação de improbidade administrativa fartamente fundamentada em fatos e documentos, que o Ministério Público Federal aforou recentemente?
E não adianta dizer que a composição do parlamento mudou. Muitas figurinhas são as mesmas do meu tempo e, dentre as que mudaram, foi seis por meia dúzia. É por isso que digo: respeito é para quem tem.
5 comentários:
Yúdice,
Os caras comem na mão, né?!
Excelente texto Yúdice. A isso se chama de "blindagem" da tucanalha. Que é o "acerto" que vigora entre as elites provincianas desta cidade em botar pedras em tudo o que for do PT. Exemplo que agora eles levam a nação, na atual campanha presidencial, onde o chuchu só falta aparecer como monge da ética. Que de fato não é e nunca foi, a exemplo de seus antecessores. Mesmo assim, a exemplo de vc, continuo achando a patifaria inaceitável venha de onde vier. Meu julgamento vale para tucanos e petistas aloprados. Mas minha bússola não perde de vista a decisão correta na hora do voto. Baseada em convicções políticas e história.
Abs
É sempre lembrar do passado, mesmo que seja recente.
Amanhâ na SOL, as 11:00 hs
Um amplexo
Bruno
Agradeço pelos comentários, em especial ao flanar, que me escreve pela primeira vez e a quem recomendo que veja, no blog do amigo Pedro Nelito, o mesmo citadinokane aí de cima, o post entitulado "Partido de Todos os Santos?!", que é uma expressão absolutamente perfeita do momento vivido pela tucanalha nacional.
Que cabeça a minha: o endereço é www.blogdopedronelito.blogspot.com
Postar um comentário