Quem enfrenta a prova de fogo no Pará é o ex-bigovernador, que tenta emplacar o tricampeonato. De vencedor inevitável até um dia desses — segundo o próprio partido e o jornal que o serve —, agora o sujeito roi um osso bem duro para repetir a façanha. Duvido que haja assunto mais debatido no Estado esta semana do que a pesquisa que o mostra dez pontos percentuais atrás da candidata petista. Poderíamos desprezar tal pesquisa se houvesse sido publicada no Diário do Pará, mas o que estarrece é a resignação de O Liberal em publicar intenções de voto contra seus interesses, e ainda por cima subscritos pelo IBOPE, que nestas paragens sempre endossaram o grupo político ora no poder.
O ex-bi tem sido menosprezado por sua idade (74), o que considero sórdido — não por ele, mas pelo menosprezo que denota pelos idosos em geral, os quais deveriam ser poupados dessa ignomínia. O fato é que se o sujeito não se eleger agora, não o fará mais, pois duvido que enfrentasse nova maratona com mais quatro anos e um bilhão de cigarros no costado, além de já ter perdido a máquina estatal que o beneficia — segundo todos, menos a Justiça Eleitoral, daqui até Brasília.
Quem sabe ele tentasse a prefeitura, daqui a dois anos, mas duvido que aceitasse o que provavelmente lhe pareceria um rebaixamento ou prêmio de consolação.
A coisa não ficaria nada boa para o seu partido, que não tem outros nomes a oferecer, exceto quem sabe aquele carequinha de cavanhaque, que gosta de um banquinho e um violão, e que com sua fala mansa ensaiada sempre alega estar pronto a fazer o que for melhor não para ele, e sim para o povo.
O jeito seria fabricar um novo líder, como a todo momento se faz na República das Bananas. Collor foi o melhor exemplo. Por estas bandas, as tentativas costumam malograr, vide os Zenaldos e Priantes da vida. Mas não faltarão voluntários para entrar numa máquina (de marketing). Entrar um zé ninguém e sair um estadista.
4 comentários:
Pois é, o erro do doutor enfisema foi deixar de lado as orquídeas - tão bonitas! - e se deixar picar de novo pela mosca azul. Mas como ele jurou, ao deixar o segundo mandato, que se dedicaria só à família e às orquídeas, o eleitorado está fazendo com que ele cumpra a promessa. O perigo é ele contaminar as pobres plantinhas com excesso de tabaco.
É perigosíssimo ter esperança num mundo em que o poder econômico grassa e a fraude eleitoral é acobertada por todas as frentes, inclusive por quem tinha o dever supremo de investigá-la e puni-la. Se escaparmos disso, ou se nem assim o plano tucano der certo, será maravilhoso mandar aquele odioso senhor de volta às suas plantinhas que, sim, estão contaminadas - pelo tabaco e pelas mãos do cavalheiro.
É, Yúdice, quanto ao funcionamento do sistema, voce tem toda razão, infelizmente. Mas não custa nada sonhar com as velhas oligarquias cuidando dos seus jardins, para sempre...
Eu sonho. O pior é que eu sonho. Depois a dura realidade me derruba da cama e dói pra caramba...
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