sábado, 13 de janeiro de 2007

Virando 180º

Muita gente já falou que aquela empresa jornalística que mamou além da fartura nos 12 anos de governo tucano teria todo o interesse em mudar de lado, tornando-se petista desde criancinha. Afinal, quem sempre esteve colado no poder (e se beneficiando dele), não sabe viver ao largo dele e pouco importa quem esteja a exercê-lo no momento.
Até agora, pelo que tenho visto, ainda existe uma certa preocupação em poupar a cambada recentemente defenestrada (que se nota também pela condescendência com o sedizente prefeito desta infeliz cidade), mas no Repórter 70 de hoje podemos ver dois indicativos dos planos de futuro.
Eis a nota intitulada "Pressa":
Inaugurado a toque de caixa, o prédio da Escola de Governo evidencia que a ansiedade pela placa é inimiga da perfeição. O centenário palacete no quilômetro 7 da Almirante Barroso, que já abrigou mendigos e depois virou o Asilo Dom Macedo Costa, exibiu a fragilidade da reforma inacabada na primeira chuva forte caída sobre a cidade: vários ambientes ficaram alagados, o piso tornou-se perigoso e ficou impossível trabalhar ali.
Agora a nota "Integração":
A nomeação de um superintendente para o sistema de teatros do Pará tirou a carranca do setor e pode representar uma integração de fato para as casas de espetáculos que estavam loteadas entre os vértices da área cultural. Ailson Braga é do ramo e tem, de cara, três missões: promover a democratização dos espaços, definir a vocação de cada teatro e efetivamente ocupar o Theatro da Paz, hoje elitizado. A incógnita, até aqui, é o destino do teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas.
Finalmente, o IVCezal (afanando de novo o léxico do Juvêncio de Arruda) percebeu o que todos já sabíamos:
1. Os tucanos faziam obras mal feitas.
2. A obra "a toque de caixa" tinha como motivação assegurar a placa auto-elogiosa.
3. O setor artístico estava muito insatisfeito com a atuação tucana para ele.
4. Só os amigos do poder tinham acesso aos espaços de apresentação.
Agora me digam: tais situações são novas ou nova é, apenas, a cara de pau do noticioso?

10 comentários:

Eduardo André Risuenho Lauande disse...

Perfeita tua análise, grande Randol.

Anônimo disse...

Eu percebi nas notas do Repórter 70, como também no blog da Rita, o início do calvário do PSDB pelo grupo ORM. Das duas uma: ou o grupo já está "articulando" o caso Funtelpa(parecer compensatório), ou serve como vitrine de sua força para o novo governo. Caso contrário, o novo governo sentirá o peso do grupo como um todo(rádio,jornal,TV,web). Essa prática é recorrente e a chave para a abertura do cofre oficial.

Yúdice Andrade disse...

Também é voz corrente que a Ana Júlia é muito permeável aos Maiorana. A hipótese é péssima, mas desgraçadamente há coisas que jamais mudam. Espero estar errado.

Anônimo disse...

A retaguarda da governadora será o fortalecimento do Diário do Pará. Bons profissionais, planejamento estratégico, gerenciamento do conhecimento, saber diferenciar notícia de informação, e, acima de tudo, administrar com competência as pautas(não se transformar em apenas responder ao "inimigo").
É uma guerra meu amigo Yúdice. A informação vai estar além do balcão de negócios. O que contará mesmo, será a inteligência, como em um jogo de xadrez(para ser vitorioso nesse jogo, será preciso pensar vários lances à frente e conhecer todas as jogadas feitas em outras partidas. Assim, tem-se melhor movimento, mexe-se apenas uma peça, mas que pode mudar toda a história do jogo).

Anônimo disse...

É "permeável" até agora. Ela ainda não sentiu o peso do grupo. O R$ está acima de qualquer "permeabilidade".

Frederico Guerreiro disse...

Yúdice. Sinceramente: Você acha que isso vai acabar? Você acredita que o PT não vai se associar para ganhar o apoio do poderoso grupo? Eu aposto a minha vida que a Nhá Júlia fará o que for preciso para se reeleger. Pense se o PMDB resolver apresentar candidatura própria para o governo do estado. Afinal, o PT se mostra o mais vendável de todos os partidos depois que chega ao poder.
Quem já beijou a mão de Jáder, meu amigo, come até caranguejo com casca e assovia com a boca cheia de farinha.

Yúdice Andrade disse...

Em resposta aos três comentários seguintes a minha resposta anterior, devo confessar que pequei por uma certa dose de eufemismo. Se Nhá Júlia (adorei isso) não fosse apoiada pelo PMDB e, portanto, tivesse débitos com a "Folha Sobrancelhuda", estou certo de que uma acomodação com as ORM seria certa, em maior ou menor tempo. As conveniências sempre acabam se encontrando. Mas é esse apoio que me deixa curioso sobre qual será a relação do novo governo com o antigo jornal oficial.
Mas, em conclusão: não espero grandeza e espírito público de ninguém, não. Essa é a verdade.

Anônimo disse...

O fato é que não podemos confiar em nenhum dos nossos meios de comunicação. Lamentável, mas verdadeiro. Cada um tem seus próprios interesses e vai lutar por eles.
No meio dessa canalhice, nós, que se Delfos, ou mediunidade ostensiva, percorreremos o mundo sem a lanterna de Diógenes.

Anônimo disse...

De tudo que você enumerou, só a AJ não sabe. Ela se esquece que o Liberal maquiou o número das tiragens (IVC) e também que mesmo com todo o investimento do governo tucano, o Almir não se elegeu. A Globo levou a eleição para o segundo turno, mas não elegeu o Geraldo. De qualquer forma a AJ, precisa do apoio de outro partido para poder aprovar projetos na Assembléia. Se não for o PMDB, sobrará o PSDB (do Jatene). Será que isso vai ocorrer? Veremos.

Anônimo disse...

Tudo é negócio, minha gente.
Tudo é grana, meus senhores e senhoras.
Vivemos sob o domínio capitalista, alguém discorda?
PATRIA E SOCIALISMO OU MORTE!