Cena de Belém: policial militar aborda jovem de 16 anos no Tapanã achando que era um ladrão. O rapaz nega a alcunha, é levado para um canto da rua. De joelhos, implora para que o policial não faça nada, mas recebe um tiro certeiro, sem piedade, morrendo logo em seguida.
A notícia revela uma odiosa realidade cotidiana, negada por muitos e ignorada pela quase totalidade da população. Trata-se de uma acusação criminal seguida de execução sumária, sem processo ou direito à defesa, garantias essenciais do cidadão em qualquer país democrático ou, para ser mais exato, que se pretenda civilizado. Já seria absurdo se o acusado fosse culpado, pois em nosso país, qualquer que fosse o seu delito, não lhe poderia ser imposta pena de morte. Mas quando, ainda por cima, trata-se de um inocente, qualquer racionalidade e sanidade desaparece.
Diremos o que à família enlutada? "Desculpaí, foi um engano." Haverá punição adequada para esse sociopata travestido de policial?
Se é essa a segurança pública de que dispomos, aviso a todos: para sair de casa, sejam o mais brancos possível, vistam-se bem e aparentem ter dinheiro. É a única chance de poder ao menos argumentar, antes que uma bala resolva a parada.
Um comentário:
"Desculpem aí, foi um engano", foi o que disseram os PMs matadores do meu primo Gustavo, promotor de eventos, naquele fatídico dia 10 de janeiro de 2005, na 1° de Dezembro.
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