segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Quase a melhor diversão

Depois de uma temporada afastado dos cinemas por questões acidentais várias, resolvi radicalizar e mudar essa conjuntura adversa. No sábado, vi Perfume — A história de um assassino, adaptação fidelíssima de um dos meus romances favoritos, escrito por Patrick Süsskind. O filme tem recebido muitas críticas, mas não vi motivos para isso. Sou leigo no assunto, mas tenho lá minhas informações e não faço concessões a porcarias. Achei o filme ótimo, inclusive na interpretação de Ben Whishaw, que vivia o protagonista (Jean-Baptiste Grenouille). Seu comportamento aparentemente acovardado, calado, seu olhar triste, sua limitada visão de mundo e enorme obsessão por algo que só fazia sentido para ele estavam de acordo com os psicopatas de verdade, de acordo com o que tenho lido a respeito.
No domingo, comecei com Babel. Muito bom. Alejandro Iñarrítu, o diretor, auxiliado por Paul Haggis, mesmo roteirista de Crash (similitudes perceptíveis), conceberam uma bela história para mostrar, sob uma ótica humana, como o mundo anda ruim. Tão ruim que o público — ah, o público! — deu suas habituais mostras de pobreza mental ao não assimilar informações evidentes. Riram, por exemplo, quando Susan Jones (a soberba Cate Blanchett) recebe uma espécie de charuto, oferecido por uma velha marroquina. Susan está muito ferida e pode morrer. O charuto é para anestesiá-la e diminuir seu sofrimento, mas os retardados acharam engraçado a mulher ficar doidona... Lamentável. Destaque para duas crianças adoráveis e para Brad Pitt, mostrando aos seus críticos que é um ótimo ator.
Depois vi A conquista da honra, do elogiadíssimo Clint Eastwood. O filme é muito bom, mas Babel é muito melhor. Mostrou mais uma vez como os americanos têm um governo detestável e são um povo bobo, manobrável por uma propaganda ufanista qualquer. Estou certo que Cartas de Iwo Jima, o filme que contará a história da mesma batalha sob a ótica dos japoneses, terá mais conteúdo. Os valores cultivados pelos japoneses são bem mais dignos do que os dos americanos.
Apesar de três adoráveis acréscimos à minha lista pessoal de filmes vistos, é triste ter que enfrentar a desgraça chamada Moviecom, monopólio dos cinemas desta triste cidade. Ver dois filmes em seguida me custou mais de quatro horas suando dentro de salas de projeção onde ar condicionado é só para constar.
Eu odeio o Moviecom!!!!

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