Deve estar acontecendo neste momento, no Comando da Polícia Militar (av. Alcindo Cacela esquina com rua Fernando Guilhon) a instalação das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas — ROTAM, nova unidade da Polícia Militar, que ficará sob a coordenação do Comando de Missões Especiais. Na solenidade, a governadora Ana Júlia entregará as chaves das 12 viaturas tipo picape cabine dupla, com visual específico, que serão utilizadas.
A intenção é reforçar o policiamento ostensivo em nossa Região Metropolitana, medida urgente que toda a população aguarda com ansiedade há muitos anos.
Excelente iniciativa. Só espero que a nova ROTAM não re-edite os episódios monstruosos de arbitrariedade policial, tortura e execuções sumárias que a PATAM, aqui no Pará, e a ROTA, em São Paulo, protagonizaram. E antes que os sociopatas travestidos de "cidadãos de bem" apareçam dizendo que a polícia tem mais é que prender, arrebentar e matar, lembro que a PATAM foi extinta após um longo histórico de crueldades, que culminaram numa chacina — de inocentes.
Histórica e funcionalmente, nenhuma polícia existe para decidir pela vida e morte de ninguém — ao menos em países que aspirem a algum rudimento de democracia e civilidade. Se essa perspectiva for perdida, todos nós estaremos em grande perigo.
PS — Desejo serenidade e sucesso aos agentes de segurança que participarão da ROTAM. Sabemos que a criminalidade não será reduzida sem policiamento ostensivo e, no caso de Belém, sem que as missões levem em conta a conurbação urbana. Ou se age em toda a região metropolitana, ou não teremos resultados.
Acréscimo em 11.9.2011
Passados quase cinco anos, a ROTAM nunca se envolveu em nenhum escândalo. Seu modelo deve ser bom, porque com o retorno dos tucanos ao poder, nada se disse acerca de mudanças em sua concepção ou atuação. E, político, sabe como é: muda tudo o que pode, quando a iniciativa de um antecessor é bem sucedida.
17 comentários:
Chegará o dia em que os agentes de segurança, profissionais da área, atuarão sem armas, sem se considerarem vingadores da sociedade, sem aproveitar a farda para descarregar seus ódios pessoais e problemas psiquicos?
Abs
Edyr
Honrado com a nova visita, Edyr Augusto, tento uma resposta à pergunta que nem sei se formulada especificamente para mim: enquanto os governos não tiverem interesse real em combater a criminalidade e enquanto os agentes de segurança não tiverem salários dignos, capacitação adequada e perspectivas de crescimento na carreira por mérito, jamais.
Luis Cládio Ruffeil e seus irmãos são gente muito boa, séria, e trabalhadores honestos. Conheço todos desde que eu era moleque. Nhá Júlia acertou na escolha. Torço por uma boa gestão dele no comando da PM. Tenho certeza que vai se tiver condições.
Contudo, atacar a criminalidade só com balas é atacar somente os efeitos. Portanto, paliativo. Pirotecnia belicosa.
Entenderá o que quero dizer se ler o post "Só há bala como remédio?" em meu blog.
Mestre, colocar uma bazuca nas mãos de despreparados só piora a coisa. Foi o que aconteceu com a PATAM. Tomara não tenhamos uma reedição.
Boa sorte!
Só não acredito em utopias. Já pensou como seria combater o crime com a bíblia nas mãos?
Amigo Fred, teu comentário me fez lembrar uma história engraçada e verdadeira, ocorrida com o grande médium Chico Xavier. Haveria reunião no centro espírita, com a presença de um novo colaborador, um homem bem intencionado, mas bastante bronco. Antes do início dos trabalhos, ele foi esclarecido que, tão logo o Espírito perturbado se manifestasse no médium, deveria ser-lhe "aplicado o Evangelho". Dito e feito, assim que o Espírito se manifestou, o novo colaborador, aos gritos de "E tome Evangelho!", mandou ver no pobre Chico, que depois disso passou a se orgulhar de ser o único homem a já ter apanhado com a palavra de Deus.
Num como noutro caso, não creio que tenha resolvido o problema, mas vale a historinha.
É simples. Para os sociólogos e etc, os direitos humanos estão em 1° lugar. Eu como usuário do Direito, trabalho com espectativas e com a realidade. Matar bandidos, é barbárie. São seres humamos que poderiam ter recuperado sua dignidade, com um emprego novo, ou com alguma nova chance. A PATAM nao permitiu isso. Mas assim como eu tenho a consciencia que eles poderiam ter se recuperado, sei também que 99% deles nao iriam, e continuariam prejudicando a sociedade. Caro Blogueiro. matar essa escória talvez tenha melhorado a sociedade. Maçã podre não mais e sim, á evolução da sociedade.
Atenciosamente.
Djalma Filho.
djalmafeitosa@hotmail.com
Caro Djalma, agradeço sua atenção ao blog, ainda mais em se tratando de uma postagem tão antiga. E com o mesmo respeito com que você se dirigiu a mim, dirijo-me de volta lamentando que idéias como as sustentadas em seu comentário ainda sejam predominantes na sociedade - inclusive o perceptível menosprezo por sociólogos e os eternos sacos de pancadas (defensores de direitos humanos).
Quero crer que minha postagem, assim como os comentários dela decorrentes, deixou claro o anseio de todos pelo combate eficaz à criminalidade, para que quem deva ser punido o seja, e quem merece sossego o tenha. Para nós, sem sociologias ou teorias, é assim que funciona.
Continuarei a ser contra assassinatos, torturas e congêneres, ainda quando perpetrados pela polícia sob supostas razões utilitaristas. Penso que a sociedade precisa disso, se quiser continuar a sê-lo.
Grato pela visita. Volte sempre.
É verdade vejo muitas pessoas aqui em Belém, Inclusive na imprensa sendo a favor dessa matança desordenada de marginais. Execusões, que a policia argumenta ter matado por que reagiram. Quando na verdade nós sabemos muito bem. Muitos são executados mesmo sem reagir uma prova clara disso. É que a policia após matar os mesmos poi em um carro e leva pra OPSM Com o argumento de socorre-los. Quando muitos já estão mortos. Mais mal vocês sabem que eles levão mesmo sabendo que os mesmos já estão mortos, eles levam ou removem o corpo do luagar que é justamente para não ficar prova das execuções. Eles removem os corpos do lugar e assim a pericia não tem como provar que foi execução. Pois se a pericia vier fazera tal pericia irá detectar, que foram executados a sangue frio e não em troca de tiros com a polícia. Você já viu algum policial ferido em uma ação dessas que eles argumentam terem sido alvejados por isso revidaram. Não né, será que eles são super herois ou ator principal de filmes. que saem sem ferimentos nemhum de uma troca de tiros.
Pois é meus amigos é isso mesmo que acontece. Eles matam os caras e dizem que eles reagiram, poi uma arma na mao do cara e pronto, quem vai provar o contrário??? Ninguém né...o fato da população ser a favor da policia matar bandidos executar os mesmos. É muito perigoso para a nossa democracia, pelo seguinte fato, qualquer um de nois pode ser morto dessa forma. Um caso famoso é do promotor de eventos que morreu assassinado por policiais...
agora eu queria que essas pessoas que apoiam essa matança. apoiasse esses policiais é quando eles mesmo ou algum parente deles inocente forem mortos por esses mesmos policiais...
sab por que eu falo isso. Eu vie uma vez na internet uma reportagem que dizia que a policia do Brasil aprendeu essa de remover os corpos das vitimas de suas execuções. Por que aconteceu um caso aqui mesmo no Brasil. Em que eles mataram e deixaram, então foram pegos. Dai pra ká eles toma essas atitudes para não deixar pistas das suas ações arbritárias e covardes.
hum tempo desses eu fui no IML de Belém, cheguei lá ia ter uma reunião entre o secretario de segurança publica do estado. O mesmo de hoje que eu não sei o nome dele e o Diretor do IML. Eu penso que essa reunião é justamente, encobrir ou maquiar as matanças que os agentes de segurança publica fazem nas ruas de Belém no Estado em geral. agente ver esses agentes cometem crimes e não são punidos. E o comandantes dos mesmos ainda passam a mão na cabeça desses agentes. "agentes de segurança pública" = Policiais. achei muito suspeita aquela reunião e eu acho que é tradicional. Pois os peritos do IML. Mesmo com a cena do crime mechida ou seja com os corpos já no IML eles são capazes de detectar a trajetória de uma bala em um corpo humano e então isso não vim a tona eles se reunem. Tanto que o ex. diretor do IML saiude lá fazendo algumas denuncias, quase semelhante aos fatos que eu tou falando aqui.
Tem um problema aqui em Belém que a população é ignorante, mas está mudando ou seja, é comum agente encontrar um que diga assim: A SÓ FALTAVA A PATAM AQUI. OU A SÓ FALTAVA O BARATA AQUI.:
Isso é coisa que se fale o Barata era ditador e nós vivemos hoje uma democracia. OU seja a população viveu por um longo perido uma ditadura, vivendo ali de baixo dos pés dos militares que acabaram se acostumando. Então acabam falando coisas como essa. E também as pessoas acham que se a policia bate é normal, não fazem nada não denunciam e esses policiais se acostumam a fazer atrocidades matando inocentes, mais isso ta mudando as pessoas tão indo denunciar procurar seus direitos. Se acostumaram a apanhar dos militares, e por isso acham normal a policia pegar bater e ficar por isso mesmo. Viveram muitos anos ali no cabresto.
Gatas, agradeço a atenção tão longamente dispensada ao blog, ainda mais considerando que esta é uma postagem antiga.
Ratifico a sua crítica e afirmo, que ontem como hoje, minha maior angústia, neste campo, é que a sociedade endossa firmemente a violência policial, dando vazão a um descontrolado sentimento de vingança, que somente se compreende ao se pensar que as pessoas acreditam que nunca estarão na situação de ser barbarizado por um policial. Mas esse é um risco do qual ninguém está isento, ainda mais com tanta banalização da barbárie.
Mesmo um rico e bem nascido sempre pode ser encontrado sem documentos, sem carteira, bêbado, e ser tomado por um bandido. A diferença é que depois que se descobrisse tratar-se do filho de algum figurão, cabeças policiais rolariam - e não faltariam campanhas na imprensa e ONG e o escambau, arrebentando a imagem da polícia enquanto instituição.
No final, é tudo uma questão de empatia. E é isso o que me assusta.
ACHO MUITO BOA A ROTAM ESPERO QUE CONTINUE POIS SO ASSIM NOS CIDADOES DE BEM PODEREMOS VIVER MELHOR
TEM PESSOAS QUE QUER DEFENDER BANDIDOS QUE NO FUTURO PODEM MUITO BEM SE VOLTAR CONTRA ELAS PRA MIM BANDIDO BOM E BANDIDO MORTO
ACHO MUITO BOA A ROTAM ME SINTO MAIS SEGURA. POR QUE ELES SAO EFICIENTE.
sou moises eu moro em Sao Paulo a 11 anos sou paraense ,sera que è realmente nescesario criar uma policia dessa ,pois um povo sem conhecimento e cultura nao vai ter os problemas resolvidos por criarem mais uma modalidade de crime pois se o cidadao fosse instruido nao prescisaria ser punido ,pois se hoje eles estao neste caminho nao foram caminhando com as proprias pernas eles forao empurrados pro crime pela facilidade e a nescecidade , quando eu sair da minha cidade pasei por muitas dificuldade pela falta de formaçao,o estado pouco investe em educaçao, emprego,formaçao proficional e desenvolvimento; Sao Paulo que è um campo de oportunidade ja tem muito desemprego,quanto mais o norte vivendo bo abandono e engano sendo comprado por qualquer coisa se sujeitando a tao pouco por causa da nescesidade favoresendo os grandes,sem conciencia desmatao a florestas achando que nunca vai acabar so que como vai em um dia nao muito longe acaba;a criaçao dessa nova policia pode resolver uma parte do problema,dizima uma parte da populaçao,mas entre todos estes mortos que nao serao poucos havera muitas pessoas de bem junto è isso que nos queremo?
Grato pela sua colaboração, Moisés. É importante trazer à baila o enfoque humano, que você tão gentilmente compartilhou conosco numa perspectiva pessoal.
No mais, observo que a postagem é do começo de 2007 e do anterior governo, aqui no Pará. Felizmente, a ROTAM não inscreveu em sua história nenhum episódio de que devamos nos envergonhar. Até aqui, creio que tem cumprido sua missão, claro que com todas as dificuldades comuns à área, que só é lembrada pelos governantes nos momentos que lhes são convenientes.
Respeitosamente gostaria de saber sua idade antes de escrever sobre o tema que você abordou. Por isso vou basear meu texto acreditando que você não é daquela época. Primeiramente você deveria fazer uma pesquisa antes de escrever algo que você não conviveu. SÓ SABERÁ FALAR NA ÍNTEGRA ALGUÉM QUE VIVEU UMA HISTÓRIA. DICA: Não pegue jornais, noticiários da época, converse com alguém que foi PM na época ou diretamente quem foi um PATAM, você saberá com clareza acontecimentos, entre os quais: PERSEGUIÇÃO COVARDE disfarçada de AUTORIDADE, EXCLUSÕES SUMÁRIAS tipo: "NÂO FUI COM SUA CARA RUA". Alguém sabe como poderia ser feita justiça hoje? Não teria como, tecnicamente, a não ser que um indivíduo covarde desses reconhecesse seu erro. Bom! outra, você, provavelmente, não anda de ônibus, bicicleta ou a pé, para ver com a sociedade está, na íntegra. Sai um a pé pelas periferias de Belém e depois se alto jugue. Você têm certeza do que aconteceu com o Tiradentes? você sabe que está escrito, mas pode ter certeza, que com certeza , a realidade é outra. SE PODESSE PREFERIR O QUE ACONTECEU COMIGO NO PASSADO, DIRIA: ANTES TER MORRIDO DO QUE MORRER A CADA DIA. OS FAMILIARES DOS MORTOS NA GUERRILHA DO ARAGUIA FORAM INDENIZADOS DEPOIS MAIS DE 40 ANOS. A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PEDIU DESCULPAS PARA O MUNDO NO DIZ RESPEITO AS PERSEGUIÇÕES DA DITADURA. Hoje o país tido como UMA DEMOCRIA só que uma democracia disfarçada de ditadura. A obrigatoriedade do voto por exemplo é umas das piores ditaduras, devido o voto obrigatório. Se não votar não poderá fazer concurso públicos, PODE? HORA!VAI SE FUDER SISTEMA! Ah! finalizando: Os acontecimentos comigo na "BRIOSA POLÍCIA MILITAR" estava na alçada do então CAP. LUIZ RUFFEIL. LUEIA MAIS.
Das 15h53, gostaria de responder o seu comentário também respeitosamente. Vamos lá.
1. De saída, incomoda-me a referência a minha idade, porque soa a um argumento de autoridade, como se eu não tivesse condições de conhecer do que falo por ser muito novo. O fato é que estou prestes a completar 40 anos e cheguei a ver a PATAM nas ruas.
2. A vivência histórica, como em geral tudo o mais, tem o seu lado bom e o seu lado mau. Por exemplo, quem viveu uma história pode encará-la por uma perspectiva muito pessoal ou corporativa, perdendo a capacidade de análise isenta ou desapaixonada. Há riscos para ambos os lados.
3. Ratifico a necessidade de conhecimento. Pode ter certeza de que não me "informo" com a imprensa. Aliás, em sala de aula, conclamo meus alunos a rejeitarem essa "fonte de informação" e apresento os motivos. Concordo com a afirmação de que, no Brasil, não existem empresas de comunicação, e sim, apenas, empresas de publicidade.
4. Hoje em dia eu tenho carro, mas também ando de ônibus, de bicicleta ou a pé. E as pessoas de minha família se locomovem habitualmente assim. Se esse é o critério, considero-o preenchido, mas na verdade não acredito que eu precise disso para conhecer a realidade. Eu presto muita atenção ao que acontece ao meu redor, leio, assisto, procuro, converso com pessoas, inclusive com policiais, para conhecer o ponto de vista deles. Passei 11 anos trabalhando no judiciário e fiz amizade com policiais que prestavam serviço lá. Gostava de conversar com eles. Não me fecho aos outros, porque meu problema não é vencer uma discussão, e sim encontrar soluções para o nosso mundinho.
5. Pode estar certo de que eu sei como é a vida na periferia. Estou cercado por inúmeras mazelas, se é essa a sua premissa.
6. O que estudei sobre Tiradentes, em uma visão bem crítica por sinal, pareceu-me convincente. E vou logo avisando: não sou de engolir essa conversa de herois. Não vejo Tiradentes como heroi, mas também não sei a que realidade você se refere.
7. Não sei o que lhe aconteceu e, mesmo assim, com sinceridade, lamento qualquer violência ou injustiça que tenha sofrido. Como lamento as violências e injustiças sofridos por outros, tais como os guerrilheiros do Araguaia, a cujas famílias o governo, com grande atraso, ofereceu desculpas e indenização - algo corretíssimo, mas insuficiente, porque ainda vivemos em um país em que as pessoas consideram normal trucidar "os comunistas", os "subversivos" e a sua memória.
8. Concordo que nossa democracia é de fachada. Suponho que nossos motivos sejam diferentes, mas também sou contrário ao voto obrigatório. E também adoraria que "o sistema" se fodesse! Gostaria de estar lá para assistir.
9. Quanto ao Capitão Luiz Ruffeil, não o conheço, jamais o vi, nada sei que possa falar a seu respeito. Ele foi citado aí acima por um comentarista, não por mim.
10. Pode deixar que lerei mais, sim. Faço isso sempre. Sobre os mais variados assuntos. Inclusive sobre aquilo que me dá vontade de escrever.
Saudações.
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