terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Em legítima defesa

Um sujeito de boa posição social (engenheiro) mata um assaltante invasor, dentro de sua própria residência, após este ter violentado a sua esposa. Isto porque, tendo sido amarrado, conseguiu soltar-se e lutou com o delinquente. A morte foi provocada por disparo de uma arma de fogo trazida pelo próprio invasor e tinha a numeração raspada.
Este fato, ocorrido no último sábado no Rio Grande do Sul, certamente está prestes a ser resolvido através do instituto da legítima defesa. Este exige o uso moderado dos meios necessários, que pode não ter havido no caso concreto (não dispomos de maiores detalhes). Mas é aqui que entra o fator humano, tão poderoso no Direito Penal: quem, por Deus, se ocupará de filigranas penais, quando se está diante de um fato muito mais nítido: um cidadão, ofendido dentro de seu próprio lar, mata o ofensor. Não é um matador de rua. Não matou por motivos fúteis.
Ele não será processado. Inclusive porque isso seria perda de tempo. No tribunal do júri, quem o condenaria? Aliás, o tribunal do júri foi criado justamente para isso: para que as decisões judiciais, nos crimes capitais, tivessem um componente humano, tão importante ou até mesmo superior ao jurídico.
Esta é a verdadeira justiça das ruas. Oficialmente falando.

3 comentários:

Ana Miranda disse...

Não vou comemorar a morte do meliante porque estou disposta a mudar em 2010, ser mais condescendente, mas não posso deixar de achar que o desfecho para o crime foi excelente: Quem morreu foi o bandido.
Aqui em Juiz de Fora, um filhote de ronquenfuça matou a mulher, jovem, linda, na frente das duas filhas, o crime aconteceu depois do Natal.
Ele fugiu, retornou depois do Ano Novo e vai responder ao crime em liberdade...

Alan Wantuir disse...

Professor, concordo plenamente com sua assertiva.

Yúdice Andrade disse...

Ana, há muitas formas de explicar porque esse tipo de situação acontece dentro dos ditames legais. E outras tantas menos legítimas. Mas a sensação, no cidadão comum, sempre é de perplexidade, o que é totalmente compreensível.

Grato pelo apoio, Alan.