quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ode ao nada

Espie à vontade.
Saiba tudo sobre eles.
Cultue o vazio.
Comente sem parar.
Não se esqueça de votar.
Seja imbecil.

PS Começou a minha temporada de fone de ouvido.

10 comentários:

Ana Miranda disse...

Eh...eh...eh...
Você só pode estar falando de uma das piores porcarias televisivas dos últimos tempos. Eca.
Olha só a minha sorte:
Meu marido, que é um noveleiro assumido, NÃO assiste a esse programinha!!! Ufa...
E eu, preciso ficar menos tempo na net e cumprir uma das minhas resoluções de 2010, que é voltar a ler, no mínimo uns 2 livros por mês...

Liandro Faro disse...

Estou muito vazio para entender!

Do que se trata esta ode?

Rita Helena Ferreira disse...

O Brasil cultua alguns clichês.

Dentre eles, o praticado por muitos: falar mal do BBB!

Algumas pessoas reclamam de uma forma sincera, ficando nítido que, de fato, não gostam do programa e detestam se ver obrigados a gostar. Sinto isso em vc, Yúdice, do mesmo modo, com relação ao seu sentimento pelo futebol.

Agora, sem medo de errar, creio que a maioria daqueles que criticam o BBB, de forma negativa, faz isso para se auto-afirmar. Isso porque, no Brasil, afirmar a ausência de gosto pelo BBB passa um ar de intelectualidade.

Quer outro clichê no Brasil? A frase "leia um livro"! Em outras palavras: ler um livro é o mesmo que ser inteligente. Acontece que há um sem número de livros que nada agregam de cultura, informação útil, valor ou coisa que o valha. Mas, simplesmente ler um livro é cult! Assim como assistir BBB é imbecil!

Bom, eu sempre defendi a idéia de que a televisão não serve apenas para apresentar programas jornalísticos, culturais e educativos! Isso porque considero que uma de suas maiores missões é o entrentenimento. Desse modo, o BBB, para mim, é um entrentenimento. Do mesmo modo que alguns filmes, algumas peças de teatro (ou vai me dizer que todas as peças de teatro são super intelectuais?), algumas músicas, alguns livros....

Precisamos de entretenimento para desanuviar a mente. Se alguns conseguem relaxar a mente fazendo programações tidas por culturais, ótimo! Mas por que o desrespeito com aqueles que o fazem com programas fúteis?

Aliás, o que há de útil em Lost, por exemplo? Ah, é diferente... Lá tem questões físicas, sociológicas, filosóficas, históricas, etc, etc, envolvidas... Não, Yúdice. É tão entretenimento quanto! Obra de alguns cérebros criativos, que nos prende e nos deixa fascinados! Mas, para muitos, é pura bobagem! Aliás, para essas pessoas, assistir Lost é cultuar o vazio também. :)

Enfim, acho que, se usado com moderação, o entretenimento não chega a comprometer o cérebro não.

É claro que é difícil achar o equilíbrio, pois, inconscientemente, sempre nos inclinamos para as atividades menos complexas, mais "práticas". Mas aí, o problema não é com a atividade em si, e sim conosco!

Mas é isso aí. Os clichês vão continuar. Sorte a minha que não me apego a eles.

Abraços.

Yúdice Andrade disse...

Pois leia, Ana. É o melhor que tens a fazer.

Liandro, o povo já matou a charada.

Rita, minha querida, antes de mais nada, agradeço pela crítica gentil em sua contundência. Coisa de gente educada, além de amiga.
Concordo com a existência desses clichês que mencionaste, de fato baseados em necessidades de autoafirmação. Mas te digo que, no meu caso, a aversão tem motivos reais.
Gosto da premissa do "Big Brother". Essa coisa de vigiar diuturnamente um grupo de pessoas me parece instigante, pelos efeitos psicológicos. Nada tenho contra jogos, competições ou simples entretenimento. Por isso, quando o BBB foi lançado no Brasil, fiquei ansioso por assistir. E de fato vi alguns dias. Poucos. O bastante para ver que, em nosso país, o programa era apenas um arremedo da versão original.
Excessivamente editado para caber na programação global, o mais grave era perceber que os participantes desempenhavam papeis, no interesse da emissora. Coisa ensaiada. Logo, a premissa do programa estava perdido.
Seguiu-se então o culto ao ócio, o estímulo ao alcoolismo e ao fumo, as brigas, a exploração do pior lado de cada pessoa. E a incessante exploração econômica, que chegou ao ápice quando inventaram esse tal "Big Boss" (é assim que se chama?). Os bestas pagam por uma ligação telefônica, cuja finalidade é decidir se os "brothers" devem passar a semana vestidos de coelhinho ou de porquinho. Meu Deus! Sem condições!
Eu não desligo o cérebro para nada. Nem para lazer. Recuso-me. Por isso não vejo nem comédias, salvo as mais sofisticadas. Por isso, BBB não me desce. Mas programas e filmes de aventura, ficção científica, suspense, policiais, etc., mesmo que para simples entretenimento, têm o seu valor.
É isso. Abraços.

Ana Miranda disse...

Na minha modestíssima opinião, tv aberta somente Tv Cultura, Tv Brasil (antiga TVE), Tv Futura e SESCTV.
Meus filhos cresceram assistindo esses canais. Até hoje assistimos juntos. Os desenhos animados não têm violência e a programação para adolescentes é excelente.
Nunca fui e não vou na onda de modismo. A única coisa que eu troco por um bom livro, e já estou tentando reverter isso, é a "maledita" da internet.
Entretenimento é o que nos distrai, nos diverte, e para mim, qualquer livro porcaria faz isso melhor que a maioria dos programas de televisão atuais.
Uns humorísticos preconceituosos, que cultuam o corpo. Ser magro, bonito, "aparecer" é a onda.
Os gordinhos têm que ser engraçados, as loiras bonitas têm que ser burras e as feias têm que ser inteligentes. E o mais incrível é que isso faz o maior sucesso, fórmula antiga, que está aí até hoje porque DÁ audiência. Não a minha, me recuso a ver muita coisa.
Assim como música. A cada dia que passa, piora. Que tristeza.
E hoje em dia você dizer que não gosta do que é maioria absoluta no gosto de todos, faz de você uma pessoa metida, esnobe...
Não me importo, assumo que não vejo, que não gosto e pronto.
Gosto não se discute, se respeita.
E tendemos a achar que o que gostamos é que é bom. Que seja. cada um que defenda o que gosta.

Frederico Guerreiro disse...

Yúdice, estou contigo. Não tiro uma vírgula. "O BBB não me desce".

Anônimo disse...

Poderia encontrar a tradução perfeita para esta sigla de três letras, mas reservo-me apenas a continuar achando algo inútil. Enfim, há gosto para tudo. Especialmente no Brasil.

Alexandre

Anônimo disse...

Estou no confessionário:
Confesso que estou dando umas espiadinhas....hahahahaha
Anna Lins

Yúdice Andrade disse...

Defendo que ainda há muita coisa na TV aberta, Ana. E continuo gostando das tão criticadas novelas. Tudo é uma questão de separar o joio do trigo.

Fred, vamos marcar para assistir à final juntos? Já estou te imaginando fazendo inúmeras ligações e votando sem parar pela internet - tudo em prol do teu brother preferido!

Inútil, sim, Alexandre, mas não para a Globo e para todos os que lucram com o programinha.

Anna, querida, se forem umas espiadinhas só, sem que isso domine a tua vida, estou propenso a te perdoar! ;)

Polyana disse...

Comentando o comentário (rsrs) da Anna, fico feliz de encontrar mais alguém que conseguiu criar os filhos mais ou menos longe da TV. Morro de medo do momento em que a Júlia vai entrar na escola, pois aí ela vai começar a sofrer a pressão para gostar das coisas que passam na TV, para ser uma "princesa" e gostar só de rosa, e assim por diante.
Por isso, toda vez que vejo alguém dizer que conseguiu criar seus filhos longe da globo/sbt (e afins) eu aplaudo e tenho esperança que conseguiremos isso com a Júlia.
[]s a todos