quinta-feira, 16 de setembro de 2010

10 detestáveis destinos turísticos

Olhando de longe, parece uma ilha paradisíaca. A bem da verdade, nada sugere que não seja, em termos de belezas naturais. E fica aqui no Brasil, mais especificamente no litoral sul do Estado de São Paulo, a 35 Km do continente, pertencente ao Município de Itanhaém. Chama-se Ilha da Queimada Grande. O problema é que ela não permite muito conforto aos visitantes. Aliás, não existem visitantes lá. Somente militares e pesquisadores especialmente autorizados dão as caras na tal ilha (e, segundo consta, eventualmente alguns traficantes de animais. Mas estes não estão autorizados, obviamente).
Nossa amiga, a jararaca-ilhoa. Amigável, não?
O motivo de tanta restrição atende pelo nome científico de Bothrops insularis, ou jararaca-ilhoa, uma serpente que vive exclusivamente naquela ilha. Supostamente, existem cinco delas por metro quadrado de chão, mas cientistas estão injetando microchips nos animais, a fim de chegar a um número preciso. O fato é que são altamente venenosas: o veneno pode matar em duas horas após o ataque, por falência geral dos órgãos. E muito pouco antídoto é produzido pelo Instituto Butantã, face às dificuldades de acesso.
Mas nem tudo é maldade no veneno da jararaca-ilhoa. Que o digam os hipertensos, que se tratam tomando medicamentos à base de captopril.
A Ilha da Queimada Grande foi posta no primeiro lugar de uma lista, elaborada pela revista Galileu, de dez lugares que você não gostaria de visitar. No rol há ilhas de lixo ou emissoras de vapores de enxofre, vulcões de lama, uma estrada assassina, uma mina cancerígena e uma região contaminada por radiação.
Mas há gosto para tudo. Eu, p. ex., não visitaria Mianmar (a antiga Birmânia) por ser uma das mais nefastas ditaduras militares existentes no mundo, hoje. Nada contra a Ilha de Ramree e seus belos crocodilos marinhos. O episódio ocorrido no ano de 1945, mencionado na reportagem, já era do meu conhecimento. Ocorre que a II Guerra Mundial estava em seus últimos momentos e os exércitos japoneses, derrotados, batiam em retirada. Com a chegada de soldados aliados, mil japoneses entraram no pântano, mas restaram apenas vinte. Segundo relatos de aliados que acompanhavam o deslocamento em barcos, os caminhantes simplesmente começaram a afundar de forma súbita. Em seguida, começou o revolteio: crocodilos e jacarés giram sobre o próprio eixo, para cansar e afogar suas presas, para depois devorá-las. A água se encheu de sangue. Mesmo os soldados vindos do campo de batalha se declararam chocados com o espetáculo dantesco que tiveram diante de olhos.
E aí, vai comprar uma passagem?

Saiba mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jararaca-ilhoa

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Eh...eh...eh...
Eu passo.

Yúdice Andrade disse...

Credo, Ana! Nenhum desses lugares agradou?