Nem a "Florentina" foi ideia dele... |
Mas se Tiririca incomoda alguns, o que dizer dos outros candidatos saídos dos meios musicais, televisivos e esportivos? Conhecidos do grande público e suscetíveis de receber votos de uma massa completamente acrítica, que se diverte com seus votos de protesto, as sub-sub-sub-sub-celebridades estão cada vez mais frequentes nos cadastros eleitorais.
Todo mundo que quer aparecer, agora, candidata-se a alguma coisa. O que dizer das mulheres-fruta? O que dizer de uma Tati Quebra-Barraco, que já abriu a perna e sentou para todo mundo ouvir, depois virou evangélica (outra mania recorrente dos subs) e agora quer enveredar por outro ramo de avacalhação, ingressando na política? O que dizer de um Ronaldo Ésper, em cuja campanha faz graça com o episódio no qual furtou vasos em um cemitério, revelando a sua total falta de percepção da seriedade que deveria ser a política e, de resto, o respeito à propriedade alheia?
E agora temos Romário, aquele clichê ambulante insuportável, que nos últimos anos sofreu diversos reveses financeiros e agora está pronto para perseguir as benesses de um mandato político, que ele certamente obterá com os votos de um sem número de... de... de eleitores do naipe dele.
Aqui no Pará ex-jogador de futebol virar político já é moda. E esses... esses senhores, claro, se elegem. Graças ao voto da interminável legião de obcecados por futebol que, se tivessem bons miolos, não desperdiçariam tanto tempo e energia com algo que é apenas um jogo, nem desperdiçariam um voto que se torna um gol contra todos nós. Ou alguém é capaz de me dizer qual foi o grande serviço prestado à comunidade pelos ex-jogadores que tiveram mandatos de vereador ou de deputado estadual?
Na página do Senado, encontrei um interessante artigo sobre o direito que todos têm de se candidatar, motivado justamente pela grande quantidade de subs em disputa no vindouro mês de outubro. O artigo lembra, inclusive, o problema do quociente eleitoral, que pode tornar a presença desses ditos-cujos ainda mais perniciosa. É que se um porqueira desses captar muitos votos, a legenda acaba beneficiada e pode ganhar mais assentos no parlamento, em favor de gente que não teve cacife para se eleger sozinha. Graças a isso, os partidos passam a ter interesse nessas candidaturas ridículas e o resultado é isso que está aí para todo mundo ver.
9 comentários:
E o Romário que nem sequer sabia o partido dele, andou falando o nome errado por aí.. E enfim, nem vou comentar a palhaçada que é ter tiririca e mulheres-fruta como candidatos.
O pior de tudo é isso: ainda vão se eleger!
Eu, que sou fiel ao meu candidato o 00-CONFIRMA, nem me abalo com tais candidatos.
Senhor (a),
gostaria de sugerir um blogue que deverá ser de vosso interesse e de seu distinto público.
Trata-se do Cemitério das Celebridades, um trabalho autoral, literário e debochado onde me proponho a desconstruir celebridades nacionais e a própria mídia incapaz de rever suas fórmulas desgastadas e idiotizantes.
Apesar de seu tom irônico é espaço democrático onde nos desbruçamos sobre questões sociais pulsantes.
O endereço é o seguinte: http://ocemiterio.wordpress.com
Obrigado.
só uma correção: o patife do tiririca é candidato a federal.
Lembranças de 2002, a primeira eleição não-municipal que realmente acompanhei:
"É A, é B, é D, é O, é N, Abdon, Abdon, Abdon..... (né, Caxambu?)" - o jingle, que ainda mencionava os candidatos mais fortes e era encenado por umas cinco dançarinas em um iate (é a lembrança que tenho, ao menos), era ao menos divertido. Só a "tradição" daquele do Eymael o supera entre as músicas que não esqueço.
"Ciro: mudança ou problema?" - campanha agressiva do Serra contra o aumento das intenções de voto para Ciro Gomes, quando ele foi alavancado após ser defendido pela esposa Patrícia Pillar na propaganda eleitoral. ´
Sarney estabelecendo colônia no Amapá, elegendo-se para o Senado.
E Seu Creysson sendo levado mais a sério que os demais candidatos à presidência. Concorrendo com o cara da sauna gay, preso no dia das eleições por "boque de urna". Foi o último ano bom do Casseta e Planeta, por sinal.
(pausa para lembrar "Voltei ti-nin-do. Ti-nin-do" - do autoassumido Papudinho, com esforço visível para levantar a mão, nas eleições municipais de 2004)
Lembranças de 2006:
Eleições dos mensaleiros Valdemar Costa Neto, João Paulo Cunha, José Mentor, Pedro Henry, Paulo Rocha, Vadão Gomes, Sandro Mabel e Antônio Palocci. Do então "somente" (até onde se sabe) violador de painel José Roberto Arruda e o painho ACM. De Clodovil, Frank Aguiar e até do Enéas. Dos eternos Maluf e Barbalho.
Mas nenhuma me surpreendeu tanto quanto a do Collor. Fico imaginando se foi perdoado até por quem tinha caderneta de poupança nos idos de 1990.
PS: dia desses o senhor citou uma charge daquele Maurício Ricardo. Indico outra, sobre o tema: http://charges.uol.com.br/2004/09/28/cotidiano-candidatos-do-ppn/ Por sinal, a atual enquete dele é ótima.
Abraço, professor!
Professor, faltou a melhor parte do Tiririca, o slogan: "Vote no abêstadu!" (isso aparece na tv, com essa grafia).
A propaganda do Tiririca é hilária. Sem titubear, ele assume para o eleitor que não sabe o que faz um deputado federal. Mas, ao mesmo tempo, pede o voto e, caso eleito, contará o que este faz. É lamentável.
Abs.
Aldo Saife
Por isso o meu esculacho, Manuela: esses trastes se elegem!
O problema, Ana, é que muita gente entra na onda deles.
Darei uma olhada lá, Coveirinho. Agradeço a indicação.
Obrigado pela retificação, das 11h22. Vou corrigir meu texto.
Federal... Isso torna as coisas ainda piores, não?
Todo mundo devia fazer esse exercício de recapitulação, Caio. Mas a maioria das pessoas não prestou atenção nos casos nem quando eles eram notícia do dia...
Dá no que dá.
Pelo menos ele é sincero, Luiza. E com isso passa à frente de muitos. E é nesse jogo entre o deboche e a realidade que muitos votos acabam sendo conquistados.
Aldo, essa de vir nos informar o que faz um deputado federal é, talvez, a tirada mais inteligente da campanha 2010. Triste, mas inteligente.
Pelo menos pra Federal estou tentado a votar num candidato pelo PSTU que é operário da construção civil (embora alguns camaradas lá dentro do partido tenham uma prática, em relação ao trabalhador, que está bem longe da teoria). Sem brincadeira, a idéia da representação está tão ao largo dos partidos em geral que até agora, embora a construção civil seja o setor mais representativo em termos de crescimento dos índices de emprego no Estado, até agora só o PSTU tem candidato dessa categoria. Nem por cinismo os outros partidos se aproveitaram desse filão. Por que será?
Postar um comentário