O processo está prestes a começar novamente e é possível que ganhe alguns contornos especiais. É que, desta vez, não se trata apenas de um shopping, mas de um empreendimento imobiliário mais arrojado, uma espécie de microbairro planejado, cravado numa área de conservação ambiental. Consoante apresentação feita na última quarta-feira pelos empreendedores, Belém deve ganhar um conjunto de mais de 30 edifícios de altura mediana (devido à proximidade do Aeroporto Internacional Júlio Cezar Ribeiro), divididos entre residenciais e comerciais. Como foi dito na ocasião, pela primeira vez a infraestrutura chegará antes da ocupação. Lá isso é verdade: nunca aconteceu antes, por aqui.
O ícone do empreendimento é o anunciado maior shopping da Região Norte: o Bosque Belém, nome que considerei muito bonito. Aliás, a logo, que você vê ao lado, também é bela.
Como entende o mercado de hoje, qualidade de vida pressupõe que você tenha um centro de consumo grandioso e variado, bem pertinho. As obras de construção do shopping devem começar no primeiro semestre de 2011 e a inauguração deve ocorrer até o final de 2012. [Anotação em 18.5.2012: Pode esquecer: nem o serviço de terraplanagem foi concluído e parece estar havendo problemas de comercialização. Este empreendimento não sairá tão cedo.]
Vale lembrar que, há uns poucos anos, houve um surto de propostas para construção de shoppings em Belém, que a recente crise economia mundial bloqueou. Agora que o vendaval amainou (ou ao menos se crê nisso), os projetos voltam a ser desengavetados. Ao menos o do Grupo Jereissati Nordeste está aí. Algumas imagens divulgadas pela imprensa:
Sem dúvida, um belo projeto, mas o que me chamou a atenção foi a promessa de que ele está afinado às novas exigências ambientais: fará captação de energia solar e da água das chuvas. Tomara. Afinal, é sempre necessário receber com os dois pés atrás as boas intenções do mercado imobiliário, que sabe ser altamente predatório. Além do mais, a proximidade com os dois aeroportos, com uma área de conservação ambiental e com bairros pobres da cidade trazem questões palpitantes: segurança do tráfego áereo, meio ambiente e a angustiante dicotomia entre pobreza e concentração de renda.
Acompanharei o andamento do "Cidade Cristal" com interesse, por conta dessas temáticas. E São Tomé que sou, neste momento ainda me pergunto se o negócio vai mesmo sair do papel. Ainda não me saiu da memória o tal Shopping Center Belém, anunciado com estardalhaço no começo da década de 1990 e que prometia ser nada menos que o maior shopping do Brasil. Palavras ao vento. No local em que deveria ser erigido, de frente para a Universidade Federal do Pará, surgiu a favela Riacho Doce e um universo de mazelas nunca resolvidas.
Alguém me avise quando começarem a construir as fundações.
3 comentários:
Yúdice,
Além do Bosque Belém, outro shopping center será lançado nos próximos dias na cidade, mais precisamente nesta quinta-feira (19). É o PARQUE SHOPPING, dos mesmos empreendedores do Boulevard. E também terá um condomínio atrelado ao centro de compras, o Chácaras Montenegro, este lançado no 1º semestre.
Saiba mais: http://www.statuseng.com.br/status/detalhe_imovel.php?nIdEmpreendimento=5
O shopping que seria construído ao lado da UFPA era o Iguatemi. Não o foi porque o custo com infraestrutura seria muito caro (contrapartida), diferentemente de aproveitar o fundo de comércio da Mesbla e da Visão, em área já dotada de infraestrutura e com renda per capta muito maior.
Tomei conhecimento, Adelino. Por um lado, fico esperançoso de pensar na quantidade de empregos que serão gerados com a construção e posteriormente com o funcionamento de dois novos shoppings. Também é interessante ver o espalhamento desses empreendimentos pela cidade, evitando maiores transtornos para o centro e trazendo opções de desenvolvimento para outros bairros. Infelizmente, há muitos senões. Shoppings podem ser muito degradantes para o entorno. No caso da Augusto Montenegro sobretudo, já que ela está num nível quase de esgotamento.
Enfim, os empreendimentos virão. Tomara que tragam à cidade mais benefícios do que prejuízos.
Grato pela informação, Fred. Nunca soube o motivo pelo qual o projeto estagnou e ficava com a sensação de que, simplesmente, Belém não merecia nada, na opinião do empresariado.
Postar um comentário