Desde que me entendo por gente, acostumei-me a olhar para mim mesmo me curvando para baixo, a fim de enxergar melhor. A metáfora pode parecer um tanto complicada, mas acho que, no fundo, não me levo muito a sério. O que pode surpreender quem me conhece mais de perto. Mas o fato é que encaro com boa dose de desconfiança o elogio e mesmo a fé que uns e outros depositam em mim. Penso que exageram ou que otimizam sua paleta de cores graças às lentes da amizade.
Essa duvidosa autoavaliação provoca uns efeitos curiosos. Ontem, p. ex., ao chegar em casa de minha mãe, ela veio me abraçar e me desejou os parabéns pelo dia dos pais. Minha reação espontânea foi de surpresa. Naturalmente, jamais me esqueci da existência de Júlia e de sua significação. Mas é como se eu visse com menos clareza o aspecto dessa história que diz respeito especificamente a mim. Simplesmente não me dei conta de que, bem ou mal, estou inserido nessa categoria de homens que precisam dar conta de um filho, uma família, um lar. Um papel frequentemente associado à força e à coragem (e frequentemente com exagero...). Essa missão é, ao mesmo tempo, tão comezinha e tão grandiosa, que não a associei a mim. Mas, sim, dela faço parte.
Devido à gripe, não desejei felicidades aos pais ontem. Mas o faço agora. Desejando, sobretudo, que sejam capazes de criar homens e mulheres de bem, de que o mundo tanto necessita.
3 comentários:
Feliz Dia dos Papais, Yúdice!
Abração do Alexandre e melhoras da gripe.
Ontem foi pesquisar a história do dia dos pais... E fiquei sabendo que era dia dos pais pq o pai foi pai e mãe! Eu sei que é um pouco machista dizer isso(ou seria feminista?), mas sei que existem pais que são pais de verdade e não só na hora de pagar o colégio, a roupa, a comida, a pensão e etc.
Tenho uma desconfinça(confiança) de que vc seja mesmo um pai... Então...
Feliz Dia dos Pais
Grato pelas felicitações e pelos votos, Alexandre.
Ao menos tento ser, Waldréa. Aguardarei por alguns anos a avaliação da própria Júlia.
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