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Todos consideravam Sarah Hillridge
apenas uma alcoólatra enlouquecida |
Quem gosta e acompanha seriados, como eu, sabe que existem episódios bons e ruins, uns mais ou menos, assim como existem os excelentes e os péssimos e existem os espetaculares. É sempre gratificante quando você assiste a um programa ao qual já se acostumou e se sente recompensado por algo que excedeu a suas expectativas.
Atualmente, um dos meus seriados favoritos é
Criminal minds e ontem assisti ao melhor episódio da série, em minha opinião.
A simples leitura da sinopse já perturbou Polyana, porque as vítimas eram crianças.
Mosley Lane conta a história de uma mulher
má e seu marido submisso que, juntos, sequestram crianças na faixa dos oito anos e passam a criá-los, mantendo-os presos em um porão e mudando seus nomes. Em caso de insubordinação, os reféns eram mandados para um forno crematório e terminavam adubando as rosas do jardim.
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Aimee Lynch, no cativeiro: seu desaparecimento leva
à descoberta de uma trama muito mais trágica |
A primeira cena do episódio é perturbadora, pelo menos para quem já é pai. Pode perguntar para qualquer pai ou mãe: todos temos verdadeiro terror ante a ideia de nossos filhos desaparecerem. Um filho desaparecido pode ser muito mais horrível do que morto. Como descrito pela personagem Barbara Lynch, você para de respirar. E o sequestro da pequena Aimee é absurdamente rápido, o tempo de sua mãe olhar para uma mulher que gritava por sua filha (essa encenação era o
modus operandi dos sequestradores e permite que os agentes da Unidade de Análise Comportamental descubram tratar-se de criminosos seriais).
Enquanto os agentes do FBI iniciam os trabalhos, Sarah Hillridge os procura e diz que os sequestradores de Aimee também levaram seu filho Charlie. A agente Jareau fica irritada, pois Sarah é uma bêbada que aparece todas as vezes que a imprensa noticia o desaparecimento de uma criança da idade de Charlie. Mas a agente Prentiss leva a sério a versão, que se revelará verdadeira. Nada menos do que 12 crianças foram sequestradas pelo casal.
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A vilã: impressionante como a atriz conseguiu transmitir,
no olhar, toda a malignidade da personagem |
Obcecada por reencontrar o filho que ela, de algum modo, sabia estar vivo, Sarah colecionou tudo o que pode sobre crianças desaparecidas nos últimos oito anos e montou um imenso mural. De uma hora para outra, a desacreditada mulher se torna uma informante do FBI e, graças a ela, os moradores da rua Mosley Lane, 2150, são identificados. Mas a trama não termina aí nem eu direi como termina. Faço questão de ressaltar, contudo, que em meio a uma imensidão de sofrimento, os roteiristas se esforçam por enfatizar aspectos bonitos que se podem extrair: o abraço agradecido que o ex-marido de Sarah lhe dá, após ter ido embora levando a outra filha do casal, por considerar a esposa alucinada; o esforço do adolescente Charlie em proteger os "irmãos"; a emoção do reencontro de algumas crianças com suas famílias; o sentimento de recompensa dos agentes por terem libertado ao menos alguns reféns.
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Matthew Gray Gubler |
Um aspecto interessante é que o episódio foi dirigido por
Matthew Gray Gubler, de apenas 30 anos, intérprete do personagem Dr. Spencer Reid. Como investigações criminais complexas precisam caber no tempo do seriado, às vezes os roteiristas engendram personagens como Reid, um gênio que sabe muito sobre quase tudo (menos relações interpessoais, claro) e economiza, com suas respostas automáticas, o tempo que seria gasto com pesquisas sobre assuntos diversos. Um personagem fascinante, com uma bonita história pessoal, já explorada na série.
É comum atores assumirem a direção de seus seriados e, não raro, quando isso acontece, os episódios são especialmente bons. Gubler surpreendeu e fez um trabalho magnífico, sem perder a humildade: seu personagem tem bem pouco destaque nessa história, que se concentra mais em Jareau e Prentiss.
Se você gosta do gênero de programa, não deixe de assistir.
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