domingo, 2 de janeiro de 2011

Mesmo as pequenas coisas

Há um ano e meio, escrevi uma postagem elogiando um logradouro desta nossa cidade, o Ver-o-Rio. Na ocasião, teve comentarista admitindo jamais ter ido lá e eu recomendava o passeio. Continuo recomendando, mas é preciso fazer algumas ressalvas.
Entre o dia daquela postagem e hoje, recordo-me de ter visitado o local ao menos duas vezes. No final da tarde de hoje, resolvi levar a família (esposa, filha, mãe, irmão e prima) especificamente para comer tapioquinha. A chuva que caiu à tarde já se dissipara e nos rendeu um clima bem mais ameno que o habitual, ainda que um pouco abafado. Sem o calor, podíamos aproveitar.
Logo na chegada, Júlia viu o pedalinho e se animou toda. Mandei-a com o tio, que também é seu padrinho, e com a prima. Eles aproveitaram bastante. Na saída, Júlia disse que "o passeio foi lindo". Que bom. Mas é preciso advertir que os pedalinhos lá são mal cuidados. A estrutura de fibra está danificada, o que pode provocar pequenos acidentes, como arranhões. O mecanismo de tração, exposto e sem graxa, submete o usuário a um esforço maior do que o necessário e às vezes chega a sair do lugar. Pessoas mais altas ficam numa posição muito incômoda. Além do desconforto, o aspecto geral do lago acaba comprometido.
A tapioquinha e o café continuam saborosos, mas o atendimento, velhíssimo entrave em nosso Estado, continua capenga. Todos lá parecem atenciosos. Não há aquele estilo grosseiro muito comum por aqui, no qual o garçom pensa que está nos fazendo um grande favor. Mas as pessoas atendem ao público sem visão de eficiência. Aposto que reclamações seriam mal processadas. Em horários de grande demanda, a produção trava. Um pedido demora muito e até a vontade de comer passa. E é inadmissível esperar pela conta. Como não me parece falta de boa vontade, concluo que é falta de treinamento, mesmo. Aquelas pessoas precisam urgentemente de conhecimento específicos para dar conta da atividade desempenhada. E noções de higiene, também. Na primeira barraca, vende-se sorvete. Mas a colher que retira o sorvete dos baldes fica num recipiente cheio de água parada. A cada uso, uma nova sujeirinha se dilui nela. Repare que nas grandes sorveterias da cidade as colheres são lavadas em água corrente, por razões óbvias.
Enfim, como já disse tantas vezes, queremos que Belém seja uma cidade turística, mas ela está longe de sê-lo e, até mesmo, de candidatar-se para a missão.

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Yúdice, eu acho o maior barato como você realmente ama a sua cidade!!!
Você mostra os defeitos, mas fica explícito seu amor por Belém!!!

Yúdice Andrade disse...

Fiquei algo surpreso com a tua percepção, Ana. Mas acho que é isso mesmo. Amo tanto esta bodega que brigo o tempo todo, esperando que um dia ela melhore!