Por variadas razões, penso que este ano será muito significativo no quesito família. Creio estar num momento de grande reflexão, retomada de valores, rememoração do passado, prognósticos, requalificação. E se o tema é família, não há como deixar de pensar, antes de tudo, na pequena Júlia.
Acabei de fazê-la dormir. Seu dia hoje foi bastante agitado, devido à visita de uma família amiga. Não dormiu o dia todo e já imaginávamos que adormeceria com facilidade, ao contrário das últimas noites, que forem bem complicadas. E lá estava, com aquela pele cheirosa recém saída do banho (não que ela precise de banho para cheirar bem), depois de sorrir e de abraçar, aninhada sobre o colchão. Chegou a pedir "uma historinha" — sua obsessão —, mas ao se deitar já nem tinha mais forças para prestar atenção. Perguntei se queria uma canção e me respondeu debilmente: "eu quero".
Cantei-lhe três. Não que continuasse ouvindo. Eu estava consciente de que já cantava para mim mesmo, pelo prazer de fazer algo por ela, ali, acalentado por seu corpinho e sua presença. Deixei para o final a canção que elegi em sua homenagem, que lhe cantava quando ainda no ventre materno. E até me surpreendi ao constatar que lá estava o Toquinho de novo.
Há coisas maravilhosas simplesmente porque existem e estão ao nosso alcance. Fazer esta criança adormecer é uma delas. Às vezes dá vontade de que o tempo não passe. Mas, no fundo, sabemos que a vida não valeria a pena se ele não passasse.
3 comentários:
Toquinho é o 2º ídolo mor da minha filha, (o 1º, unanimidade aqui em casa, é o grande João Gilberto) ela já foi a muitos shows dele, mas até hoje chora quando ele entra no palco.
Meus filhos também cresceram ouvindo Toquinho e Vinicius e até hoje são fãs deles.
Vá por mim, caro Yúdice, nossos filhos são muito mais queridos quando crescem.
Adoro os meus muito mais hoje do que quando ambos eram crianças.
E o assunto família é sempre muito booooooooooooom!!!
A Julia veio a esse mundo muito bem servida de pai, viu? Eita sorte!
Imagino que haja uma sedução em cada idade, Ana. Mas quanto a isso, por ora, só posso especular.
Luiza, ao menos ela tem um pai que quer merecer uma avaliação como essa.
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