terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dalila moderninha

A Rede Record prossegue em seu projeto de crescer em audiência graças à teledramaturgia, um filão que, se bem explorado, rende excelentes dividendos. A emissora está longe de alcançar o padrão de qualidade da Globo, seja em que parâmetro for (roteiro, elenco, efeitos especiais e visuais, figurino, cenografia, etc.), mas jura estar fazendo o dever de casa. Por isso, estreará hoje o seu primeiro programa em alta definição, a minissérie Sansão e Dalila, que segundo a publicidade da própria Record, é um investimento milionário nunca antes realizado por ela mesma, cheio de aventura e de luxo na produção.
Pode ser, mas vendo a imagem acima, fiquei com uma grande curiosidade: desde quando as mulheres da Antiguidade se vestiam desse jeito descolado? Ok, a garota da esquerda é Myra (Luiza Curvo), uma prostituta. Mas a da direita é a protagonista (Mel Lisboa) que, segundo consta, nunca foi prostituta, até porque, se fosse, não se casaria com Sansão, um juiz. O que justificaria, então, andar pela rua em meio a homens com essa roupinha estilosa, expondo o colo?
Tudo bem, o diretor tem o direito de conceber o programa como acha que deve (aquela coisa da liberdade de criação), mas sendo a Record é uma emissora religiosa e a minissérie, adaptação de uma passagem da Bíblia, creio que todos seremos levados a esperar uma exibição mais fidedigna. Enfim, se algum historiador souber me dizer sobre a adequação ou não do figurino das personagens, agradeço.
Há quem afirme que o conhecido programa Fala que eu te escuto apresenta pornografia disfarçada de jornalismo (de fato, ele explora muito frequentemente temas ligados a sexo e tem aquelas simulações...). Assim, parece razoável supor que, em sua sanha por audiência, a Record ande fazendo algumas concessões.

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