Ver-o-Rio

O trabalho não pode sobrepujar a família, certo? Pensando nisso, reservei um tempinho da manhã deste domingo para um passeio, ainda que breve, com as minhas meninas. Em princípio, era apenas uma café da manhã, mas resolvi dar uma passadinha no Ver-o-Rio, onde não punha meus pés há anos. Queria mostrar a Baía do Guajará para a Júlia, mais de perto.
Chegando lá, o espaço estava tranquilo, com pouco movimento. Mas os pedalinhos estavam em operação. Há quantos anos não me metia num pedalinho! Lá fui eu, segurando o volante com a mão esquerda e a filha, com a direita. Rodamos pelo laguinho. Júlia se comportou exemplarmente, sentada quietinha, olhando em redor. Vez em quando, algo lhe chamava a atenção e ela apontava, se agitava. Quis ficar em pé, mas isso não atrapalhou.
Após um tempo, parei de pedalar e ficamos ali, boiando, placidamente. Foi adorável.
Percebi que o espaço está sendo aproveitado pelos belenenses. Havia gente lanchando. Um senhor chegou com um bote inflável e saiu remando, além de um doido que pôs o filho, ainda pequeno, para tomar banho naquela água suspeita. Duas crianças, aparentemente sozinhas, também davam seus mergulhos.
A maré estava subindo e a antiga rampa da Panair, quase encoberta.
Concluímos o passeio com uma água de coco, deliciosa, doce e bem gelada. Foi do vendedor — "seu" Edivaldo — que escutei a informação animadora: por ali o índice de assaltos é zero, inclusive durante a noite. Sempre há guardas municipais e policiamento militar. Apesar de lamentar o movimento fraco desta manhã, "seu" Edivaldo foi muito enfático quanto à segurança do Ver-o-Rio. Confesso que fiquei surpreso, do jeito que as coisas andam aqui em Belém. Surpreso, mas muito satisfeito. Eis aí uma pedida singela, para repetir.
Felizmente, ainda se pode ser feliz em Belém do Pará.