Resisti, resisti, mas cá estou escrevendo uma postagem sobre Michael Jackson. E chamando para ele de "rei", o que não é do meu feitio. Se não o fizesse, estaria desconectado, talvez. Afinal, basta acessar qualquer um dos sítios de notícias e se verá que esse é o assunto absolutamente predominante. Os ratos de Brasília devem estar amando!
Graças ao inesperado acontecimento, o tráfego nesses sítios aumentou em 50% e a audiência dos telejornais disparou. Os empresários agradecem. Aliás, observando as manchetes pela Internet, encontra-se de tudo: da hipervalorização de artigos ligados ao cantor, ora sob leilão valendo milhões, até o lamento dos presidiários filipinos que ficaram famosos na net por terem dançado "Thriller". Meias brancas são mote para reportagens. Coisa da imprensa de celebridades...
29.8.1958 — 25.6.2009
O fato é que a notícia da morte do cantor surpreendeu e impactou. Vai dizer que não? Ele não era uma pessoa que pudesse simplesmente partir, sem mais aquela. Definitivamente, não era. E isso não tem nada a ver com gostar dele ou não.
Fala-se muito em seus aspectos polêmicos. Claro, ele cuidou para que isso se tornasse mais importante do que sua obra, em declínio, segundo a opinião geral. Mas o que ele fez, está feito. Num mundo em que não havia Internet para adquirir música, sobretudo ilegalmente, ver vídeos e até mesmo adquirir produtos que não são encontrados nas lojas de nossas cidades, Jackson vendeu discos a rodo, turbinou a audiência da MTV, ajudando a torná-la uma potência empresarial, instituiu a era dos megavideoclipes, mudou e criou hábitos. Até eu, tímido de dar nojo, que não tinha coragem de dançar nas festinhas, arrisquei alguns requebrados inspirados nele. Uma das primeiras vezes que dancei numa festa foi encorajado por "Beat it", com a mão chacoalhando junto ao cós das calças.
Devo isso a ele. Além de muitas canções inesquecíveis. Sou-lhe grato por isso. Cumpriu muito bem o papel do artista.
3 comentários:
Quando Salvador Dalí morreu, um dos últimos caras que eu ousaria chamar de artista, eu era pré-adolescente, mas lembro muito bem que a notícia não mereceu mais que alguns segundos nos jornais. Sinal dos tempos? Sinal de que nós nos tornamos cada vez mais... Pops! Assustador não? e olhe que uma das coisas que mais me fascinam em Dalí é o vazio e a solidão de muitos de seus quadros. Mas mesmo assim tenho dificuldades em achar que o falecido verdadeiramente vale como artista muito mais que a necessidade pantagruélica da mídia por notícias que mascarem a nossa falta de conteúdos.
Yúdice, por favor, não entenda este comentário como uma crítica, mas sim uma refelxão, pois eu acho que devemos ter espaços para tudo. Perigoso mesmo é apenas termos espaço para assuntos como o "michon" Jackson.
Roberto Barros
Carismático, polêmico, misterioso, talentoso. São muitos os adjetivos que definem o Rei do Pop. Michael Jackson era o "louco" mais genial do mundo da música. Descanse em paz.
Roberto, ainda que fosse uma crítica, seria construtiva. Na paz. Como pudeste ver, já começo a postagem dizendo que resisti muito a escrever sobre o tema, justamente para não embarcar nessa falsa emotividade midiática. Escrevi apenas porque tinha uma lembrança pessoal e, de algum modo, agradeço ao cara algo que me aconteceu e que tinha a ver com ele.
Sem dúvida, das 15h24. Pessoalmente, não acredito nessa coisa de "descansar em paz", mas torço para que MJ fique tão bem quanto possível.
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