terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma lição para os medalhões

Eu deveria colocar um link permanente para o Gilberto Dimenstein aqui no blog. Mas coloco este aqui, para você ler a bordoada cirúrgica que ele dá em Ivete Sangalo, Caetano Veloso e Maria Bethânia, ao mostrar o que realmente tem valor na conduta das pessoas.
Dá-lhe, Gilberto.

Leia mais em http://catracalivre.folha.uol.com.br/2009/06/us-15-mil-revertidos-em-instrumentos-para-heliopolis/

3 comentários:

Cléoson Barreto disse...

Caro Yúdice,
Como está dito pelo Gilberto Dimenstein, o benefício está dentro da lei. Mas, em minha opinião, isso traz de volta a discussão sobre a legalidade e a moralidade das coisas. Será que Caetano Veloso, Ivete Sangalo, entre outros, precisam do benefício dessa lei Rouanet tanto quanto as pessoas da orquestra de Heliópolis? Eu acho que não!

Rita Helena Ferreira disse...

Da forma em que a notícia é posta, fica a impressão de que os artistas citados embolsam o dinheiro público e pronto.

Só que a Lei Rouanet nada mais é uma lei que permite a renúncia fiscal a determinada empresa que faça investimentos em cultura.

Ora, se sou empresária e quero dar visibilidade para a minha marca, vou investir na Ivete - que transforma em ouro tudo o que toca - ou vou investir na Rosa Passos? Não é questão de mérito, de talento ou coisa que o valha. É questão comercial, simples assim!!! E, desse modo, vou investir naquilo que vai me trazer retorno. É a lei do mercado.

Tanto é que a classe artística deu o maior piti quando aprovaram uma lei semelhante, para quem investisse em esporte... Lembro de ter visto no JN um monte de artista famoso com o pires na mão batendo na porta do Congresso...

Imagina a dúvida: vou investir numa peça de teatro ou em um torneio de futebol?????

Enfim, a culpa não é da Ivete, do Caetano ou de qualquer outro que tenha seu projeto aprovado pelo Ministério da Cultura.

Deve ser melhorado o critério da lei? Sim, deve.

Mas acho válida a reflexão antes de, simplesmente, jogar pedra nos artistas.

É isso. Sou fã da Ivete, como vc já deve saber e ouço essa história há anos... Não que ela seja santa, mas, simplesmente, segue a lei do mercado. Pq se ela não fizer, o Bradesco vai atrás dos vários clones dela.

Abraços.

Yúdice Andrade disse...

Cléoson e Rita

Com efeito, necessário deixar bastante claro que não houve ilegalidade na situação retratada. Não foi por isso que Dimenstein escreveu, nem foi por isso que republiquei. A questão é mais profunda e tem a ver com a moralidade, como me parece bastante claro.
Compreendo perfeitamente as injunções de mercado, mas é justamente esse o ponto. Temos que aceitar essas distorções, apenas porque o mercado as reclama? Logo esse grandíssimo féla que é o mercado?
Artistas ricos (milionários) e com facilidade de captar patrocínio privado deveriam sentir vergonha de pedir recursos que, embora sejam privados, implicam em renúncia fiscal. Logo, nós é que pagamos a conta. Precisamos acabar com essa coisa de separar o ilegal e o imoral.
Esta crítica não tem nada a ver com gostar ou desgostar do artista. Rita adora a Ivete e eu acho a Bethânia o máximo, mas que importa? Por que ela não usa o dinheiro do seu selo fonográfico para financiar os seus projetos?