terça-feira, 30 de junho de 2009

Pina Bausch


Como das artes clássicas a dança é a única que não me motiva (que a Lu não me leia!), provavelmente eu jamais saberia quem era Pina Bausch não fosse por um dos filmes mais adoráveis a que já assisti: "Fale com ela", de Pedro Almodóvar. Os amigos do cineasta espanhol costumam fazer grandes gentilezas para ele, de que são exemplos Bausch e Caetano Veloso (interpretando "Currucucu Paloma"), no referido filme.
Logo no começo da película, são exibidas cenas de um dos mais famosos espetáculos da celebérrima coreógrafa alemã, "Café Müller" onde ela dança às cegas em meio a cadeiras que precisam ser afastadas de seu caminho por outros bailarinos.
Bausch morreu hoje, aos 68 anos. Provavelmente, em decorrência de um câncer diagnosticado há apenas cinco dias, embora não haja confirmação disso. Naturalmente, não receberá da mídia nem um milésimo da atenção que tem sido dispensada à morte de Michael Jackson, apesar de, cada um em seu quadrado, não ser nem um milímetro menor do que ele.
Para os amantes da dança, um fato absolutamente digno de nota. Para um mero curioso, como eu, fica o respeito por uma artista de cujo trabalho só vi brevíssimos instantes, deixando uma certa vontade de ver mais.

3 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Yúdice,
a estas desproporcionalidades e suas significações foram o tema de meu comentário na sua postagem sobre o astro POP. Chato mesmo é saber que cada vez mais as pessoas se tornam insensíveis para manifestações de múltiplos formatos e, desse modo, só conseguem ver significação no mesmo, mesmo que este tenha cada vez menos significação. Na verdade talvez resida precisamente nisso a fonte do seu interesse.

Roberto Barros

Yúdice Andrade disse...

Compreendo perfeitamente, Roberto. Neste caso, como disse, tornou-se importante para mim uma notícia que sequer seria do meu interesse imediato.
Gosto de pensar num mundo assim: repleto de linguagens e significados.

Luciane disse...

mas a Lu leu, Yúdice... srsrsr olha que ironia:foi vc quem registrou o fato e não eu. até lembrei de um professor de Filosofia (aplicada à Musica) que tive na UFPA quando estudava Ed. Artística, que, sabendo da minha paixão, me mostrou um livro francêsque considerava a dança como a mãe das artes.
Pina Bausch merece aplausos,pois soube ser uma artista revolucionária e marcou seu tempo. Ela reinventou o "contemporâneo" na dança com criatividade, inovação, colocando bailarinos-atores em cena... Quem teve oportunidade de conferir seus espetáculos, dizia que eram de grande força dramática. Ambos (ela e Michael)ficarão para a história, cada um no quadrado que a mídia delimitar. mas os livros eternizarão...
Abs!
Luciane.