segunda-feira, 22 de junho de 2009

Domingão dos gualdinhas

Você já procurou um agente da CTBel num domingo? Não digo que seja impossível encontrar, nas avenidas principais, ou então em locais onde haja algum tipo de movimentação especial. Mas em circunstâncias normais, eles não estão nas ruas no dia em que, dizem, até Deus descansou. Ontem, contudo, estavam. Pelo menos no bairro da Marambaia, lá estavam as duplas, atentas, em locais onde habitual e sabidamente são cometidas frequentes infrações: a rotatória na confluência das avenidas Tavares Bastos e Rodolfo Chermont (um furdunço devido aos estabelecimentos comerciais e à feira às proximidades) e o semáforo da Pedro Álvares Cabral, que dá acesso à avenida Rodolfo Chermont, onde os motoristas normalmente avançam o sinal fechado.
Disseram algumas más línguas que, devido à festa junina da última sexta-feira, quando os agentes sumiram das ruas para se confraternizar, o caixa do final de semana ficou baixo, tornando necessário buscar uma compensação em plena manhã domingueira. Que maldade...
Pelo menos, os sujeitos que vi não estavam escondidos. Um motorista atento os veria sem maiores dificuldades e escaparia da canetada. O mais interessante, contudo, é que na esquina da Pedro Álvares Cabral, os agentes estacionaram a viatura Palio... em cima da calçada!
Ato contínuo, pus a mão no celular para fotografar a cena, mas imediatamente me dei conta de que, se o fizesse, seria multado, pois estava frente à frente com os agentes, a uns dois metros de distância. E se eles percebessem que, em vez de telefonar, eu pretendia documentar a transgressão que cometiam, era possível que me perseguissem até me jogar, com família e tudo, dentro de um canal.
Infelizmente, vou ficar devendo o flagrante, que eu adoraria ter registrado.
Esta manhã, pelo mesmo motivo, desisti de fotografar a cidadã que controlava o tráfego na área do elevado da Júlio César. Ela parou bem juntinho ao meu carro e, nas costas de sua camisa, ostentava a legenda: "Guarda Municipal". Ou seja, era uma guarda exercendo funções de agente de trânsito, o que em princípio inquina de nulidade qualquer auto de infração por ela lavrado. Mas isso, claro, se o autuado espernear. Se não o fizer, colou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Carros oficiais estacionados nas calçadas e em fila dupla? Carros oficiais avançando sinais? Carros oficiais fazendo ultrapassagem indevida? Mais duas perguntinhas: Pagam multas? As CH desses motoristas são suspensas? A minha indignaçao é tamanha que já tive o trabalho de anotar em um papel chapa de carro oficial que comete infracões. Deixei de lado. Eles poooooooodem!!!!

Yúdice Andrade disse...

É verdade, das 18h31. Como se não bastassem todos os inúmeros motivos de revolta que já possuímos, ainda somos forçados a ver que, entre as otoridades, impera a lei do cão. Mais uma demonstração evidente de que moralidade, legalidade, impessoalidade e até mesmo bom senso são apenas expressões vazias, em papeis e declarações de intenção. Nas ruas, a verdade é outra.