Navegando pelo site da UFPA por razões outras, deparei-me com a enquete aqui reproduzida. Já tendo dado destaque ao Auto do Círio em duas ocasiões, lamentando as funestas circunstâncias que conduziram ao seu cancelamento, não poderia deixar de manifestar minha opinião.
Devo dizer, de saída, que a página da nossa querida universidade, em matéria de ergonomia e funcionalidade, é péssima, pois não achei nenhum link para a dita enquete, ou seja, não pude votar, muito menos conhecer maiores informações, tais como o número de votantes, sem o que qualquer comentário perde um pouco de sua força. Mas vamos lá, assim mesmo.
Se 69,6% dos votantes — a esmagadora maioria — jamais viu o Auto, podemos deduzir que não há interesse em conhecê-lo, manifestação artística que é. Não pode ser desinformação, pura e simples, já que ele existe há quase duas décadas e que a divulgação é boa, com chamadas inclusive no horário nobre da TV. Se sabemos que o espetáculo existe, por que não vamos apreciá-lo? Qualquer explicação certamente recairá na mesma conclusão: não me movimento por aquilo que não me interessa. A arte popular não seduz il populo. Que incoerência!
Por outro lado, 12,4% dos votantes já assistiram quatro vezes ou mais. Conclusão: trata-se do público fiel, que viu, gostou e passou a ir todos os anos. Não à toa, sempre vemos as mesmas caras... Espero que estes tenham a que assistir, no próximo ano.
2 comentários:
Caro mestre, a enquete(?) feita pela UFPA me parece permanecer intra-muros e dizer respeito apenas ao universo do campus do Guamá. E ainda tem cheiro de justificativa para as mazelas cometidas pela Fadesp- ( por que tanta onda por uma manifestação menor?).
Se, no âmbito da UFPA quase 70 por cento da comunidade não está nem aí para o Auto do Círio, na cidade de Belém milhares e milhares de pessoas se espremem pelas ruas da Cidade Velha acompanhando a belíssima demonstração de arte e tradição comandada pela...UFPA!
Isso sem contar com os turistas que a cada ano aumentam de número na noite do auto do Círio - à exceção deste ano.
Não tinha pensado pelo lado que você sugeriu, por isso agradeço as sensatas ponderações. Volte sempre.
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