sábado, 29 de janeiro de 2011

Uma noite com os meninos

Para desanuviar um pouco esse sentimento estranho relativo ao acontecimento mais comentado do dia em nossa cidade, quero registrar que, ontem, assisti à cerimônia de colação de grau de 105 novos bachareis em Direito do CESUPA. Pelo menos dois terços deles foram meus alunos, o que me levou, novamente, àquela sensação gostosa, paternal, que hoje consigo interpretar melhor, já que agora sou pai de verdade. Foi uma solenidade bonita, com destaque para o discurso do orador, que foi muito simpático ao falar sobre "ser vencedor", usando palavras que eram, acima de tudo, carregadas de um profundo sentimento de gratidão. Gostei da ênfase dada ao papel das famílias na trajetória de cada qual. Também merece destaque o discurso da "paraninfa geral", Profa. Célia Tourinho, que soube congregar os formandos de dois cursos diferentes e, dirigindo-se aos que foram seus alunos, emocionou-se vivamente, arrancando aplausos da plateia. Imagino como ela se sentiu. Numa hora de despedida como essa, a vontade que temos é mesmo de abraçar calorosamente cada um desses meninos e meninas, dar algum conselho útil e, por meio disso, dar um significado à saudade que sentiremos.
Uma coisa de que gosto muito especialmente é de ter contato com os familiares dos alunos. Gosto, sobretudo, quando o pai ou mãe reage com familiaridade ao ouvir meu nome, como se eu fosse um velho conhecido. Em geral, nessas horas, os pais me agradecem por ter apertado seus filhos. Tem lógica. Todos querem filhos bem encaminhados na vida, principalmente num mundo repleto de falsas seduções...
Terminou, assim, mais uma etapa. É a sucessão dos acontecimentos, que ficamos felizes de ver e, particularmente, por fazer parte deles, de algum modo.
Felicidades aos novos colegas de profissão!

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Você é uma pessoa especial, Yúdice, em suas palavras, consigo sentir a sua emoção!!!
Que você mantenha essa paixão por "ensinar" por séculos...

Yúdice Andrade disse...

Penso, Ana, que se fosse para perder essa paixão, isso já teria acontecido há muito tempo. No tempo da maior insegurança, dos problemas de relacionamento, etc. Agora, com a cabeça mais firme em relação a mim mesmo, minha instituição, meus alunos, sinto que esse sentimento só tende a aprimorar-se com o tempo, que é o que vejo acontecer com aqueles que efetivamente decidiram ser professores.