sexta-feira, 6 de abril de 2007

Língua tem osso

Há apenas três dias postei sobre a guerra entre os donos de postos de combustíveis em Belém. Nem colocarei um link: está logo aí embaixo. Falei que sempre abasteço numa perseguida rede da cidade e jamais tive problemas. Foi isso o que disse, certo?
Pois levei um tapa na cara. Aliás, uma sessão de tortura. Ontem pela manhã, ao sair de casa, meu carro simplesmente morreu e não ligou mais. Adivinhem? A bomba de combustível estragou e levou junto um retentor de não sei o quê. E eu tive sorte, pois um sensor não sei das quantas também ameaçou morrer, mas voltou a funcionar com a troca das peças danificadas. O motivo? Segundo a oficina da concessionária, gasolina adulterada.
Espero que a garantia estendida cubra o dano, senão amargarei um prejuízo de 910,12 reais. E tudo isso por quê? Porque os empresários, neste país, salvo honrosas exceções, não se contentam em lucrar com suas atividades econômicas; eles desejam e se esforçam por lucrar sacaneando todo mundo, enganando, traindo e passando a perna.
Quem puder me esclarecer, eu gostaria muito de saber como funciona o processo de danificação do carro até se chegar ao estágio do meu. Quantas vezes é preciso abastecer com gasolina adulterada para o dano chegar a esse ponto.
E, acima de tudo, gostaria que alguém me recomendasse um lugar menos suspeito para abastecer. Urgente, pois estou quase na reserva.

5 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Toda a cidade sabe da qualidade do combustível dos postos a que você se refere (pasme!, de um deputado). A empresa já foi autuada diversas vezes por vender combustível fora das especificações. Há bem pouco tempo saiu uma relação da ANP sobre os postos autuados em Belém (entre eles os referidos), contudo, não consegui mais encontrar a página. Somente encontrei orientações ao consumidor sobre qualidade e adulteração de combustíveis, disponível em http://www.anp.gov.br/espaco_cidadao/crc_qualidade_adulteracao.asp.

Naturalmente, o tempo que leva para os problemas aparecerem é inversamente proporcional à qualidade do combustível, quero dizer, quanto mais adulterado menor é o tempo, reduz-se a vida útil da peça. Ainda mais se se tratar de motores com tecnologia de países desenvolvidos, que pouco adicionam álcool à gasolina.

Sugestão 1: mude de posto e passe a abastecer somente em um lugar. Assim você terá como comprovar e fazer contra-prova do combustível (peça ao menos uma vez uma nota fiscal). Se o motor apresentar problemas, retire um pouco de combustível do tanque, para ser comparado com o do posto. Em todos os postos há (é obrigatória) uma plaquinha com os números para denúncias à ANP em Belém. Mas, cuidado! Não avise o posto antes. Já aconteceu comigo e, apesar de não ter sido ressarcido pelo prejuízo, minha denúncia resultou em uma autuação ao posto, que, comprovadamente, vendia combustível adulterado. Minha reclamação somou-se a de outros consumidores e o posto foi fechado (quando passar pela P. Alv. Cabral verá - mas parece que já estão se regularizando). Não fui atrás porque a perda de tempo para ser ressarcido por uns míseros trocados (meu prejuízo foi pequeno) e a aporrinhação não compensariam;

Sugestão 2: compre um carro com carburador. Injeção eletrônica dá muito mais bronca e é muito mais cara a manutenção. Pode parecer bobagem mas é preciso levar em conta o "fator Brasil". Meu Escort não dá prego, o motor já se acostumou, tanto que se faltar gasolimna depois de uma noitada daquelas de encharcar, basta mijar no tanque que o bicho vai embora, ou seja, meu Ford Exploder é tri-combustível (gasolina, álcool e excretas nitrogenadas), portanto, já uso o nitrogênio bem antes dos europeus, mas ainda não tive tempo de registrar a patente (rsss);

Sugestão 3: Aquele posto Esso na esquina da Nove com a Domingos Marreiros atende muito os endinheirados, com carrões importados tipo Honda (rsss), e nunca ouvi falar de problemas com o combustível de lá. Contudo, o preço é caro de doer. Nem abasteço mais por lá. Ficou caro demais. Agora estou abastecendo meu batmóvel no posto Ipiranga da Humaitá ou da T. Bastos, bem próximo, e no Texaco da T. Bastos com P. Álv. Cabral. Nos dois a gasolina está 2,32, melhor para o meu bolso. Para o seu penso que não fará muita diferença, haja vistas o custo-benefício para uma limousine que nem a sua.

Um abraço

Yúdice Andrade disse...

Fred, tu és um piadista! Quem ler o teu comentário pensará que nado em grana e acabarei entrando na lista de seqüestráveis, Deus me livre! Avisa que só tenho um Hondinha Fit comprado em nem tão módicas prestações, na época em que ele era quase dez mil reais mais barato do que agora.
Agradeço pelas dicas e procurarei segui-las. Algumas eu já conhecia, mas acessarei o sítio da ANP, como sugerido. Abraços.

Ivan Daniel disse...

Eu também abastecia bastante nesses postos do deputado, mas comecei a ser rodeado de conhecidos que tiveram problemas com o combustível de lá, então parei. Como meu caminho quase que diário é passar pela frente da Yamada Plaza, abasteço sempre no posto Shell que fica bem em frente, ou no Petrobrás logo adiante, ainda na José Malcher. Os dois sempre fazem preços baixos.

Anônimo disse...

Yúdice, depois desta derrubação do Fred, cuidado com a Receita Federal!

Yúdice Andrade disse...

Meus queridos, quando me referi a uma rede de postos, não era a recentemente vendida pelo deputado. Pelo contrário, nos postos dele jamais abasteci. Primeiro, porque o combustível era mais caro do que a média. Depois, porque ocorreram três vistorias da ANP que lacraram bombas de postos dele, em curto espaço de tempo, de modo que jamais confiei que faria negócio lá.
A rede a que me referi, não direi o nome, pode ser identificada pelas cores verde e laranja.
Francisco, o pior é que, se o Leão avançar contra mim, é só por causa do Fred, porque só ele pensa que eu tenho esse dinheiro todo...