Faz apenas dois anos que João Paulo II morreu, mas há pressões de todos os lados para que ele seja tornado santo imediatamente, sem as intermináveis — e caras — formalidades que o Vaticano sempre exigiu para concluir um processo de canonização, justamente para assegurar a probidade de tão elevada missão.
Mas como sempre acontece em qualquer ambiente onde alguém tenha um grande poder, as regras que existem são aplicadas de acordo com critérios muito pessoais, ou emocionais, ou de conveniência. Ou tudo isso junto.
Para se ter uma ideia, Amabile Lúcia Visintainer, hoje Santa Paulina, morreu em 9.7.1942. Seu processo de canonização começou em 3.9.1965, passando pela beatificação em 18.10.1991 e sendo concluído em 19.5.2002. Quase 42 anos de processo: pior do que a Justiça brasileira. Foram quase 60 anos no total, lembrando que até a instauração do processo já é bastante complicada.
Mas Josémaria Escrivá de Balaguer, fundador da controversa Opus Dei, recentemente divulgada pela grande imprensa no rescaldo da exibição do filme O código Da Vinci, era membro da panelinha e, nesse caso, o tempo foi considerado recorde. Ele morreu em 26.6.1975. O processo começou em 19.2.1981. A beatificação ocorreu em 17.5.1992 e, por fim, a canonização, em 6.10.2002. Foram 27 anos entre sua morte e a canonização, sendo 21 de duração do processo.
Se João Paulo II realmente queimar etapas, instituirá uma marca que dificilmente será batida. Mas sabe quem é seu maior advogado? Bento XVI. Fraco, não? Leia mais aqui.
É por isso que sempre digo: amizades valem mais do que dinheiro. Quando se dispõe de ambos, então...
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